9 Jun 2015 22:25
A estreia do filme "Deus Branco", do húngaro Kornél Mundruczó, leva-nos a uma memória muito particular e, afinal, particularmente cinéfila. Que é como quem diz: o cão, os cães sempre foram personagens importantes de muitos filmes mais ou menos aventurosos. Por absoluto contraste, vale a pena recordar "Os 101 Dálmatas" (1961), uma referência clássica que vem dos desenhos animados.
A história dos cachorrinhos que fazem a felicidade de um casal canino (e também da família humana em que estão integrados) tem todos os elementos necessários e suficientes para funcionar como uma fábula à maneira antiga. E tanto mais que existe a muito cruel personagem feminina, de seu nome Cruella de Vil, que vê os dálmatas apenas como futuros casacos.
Para as produções de Walt Disney, "Os 101 Dálmatas" não foi exactamente um filme de viragem. Mas não deixou de ser um momento importante de reinvenção estética e narrativa, sobretudo porque, ao longo da década de 50, alguns títulos dos estúdios Disney tinham sido falhanços artísticos e comerciais — para a história, ficou como um dos derradeiros filmes cuja produção foi acompanhada por Walt Disney, que veio a falecer poucos anos mais tarde, em 1966.
Mais de cinquenta anos passados sobre "Os 101 Dálmatas" (e mesmo sem esquecer as sequelas em imagem real com Glenn Close no papel de Cruella), este é um filme em que continuamos a reconhecer a arte sofisticado do desenho tradicional. Em boa verdade, e mesmo sem resistirmos às muitas inovações do digital, podemos dizer que "OS 101 Dálmatas" persiste como um verdadeiro clássico, lembrando-nos a beleza da primeira idade de ouro dos desenhos animados.