6 Set 2016 0:11
Mel Gibson não gosta da guerra mas entende que há que honrar os guerreiros. Esta declaração de intenções aplica-se a diversos filmes do realizador como "Braveheart – O Desafio do Guerreiro" e "Apocalyto".
Mas sobretudo valoriza o que ele pretende mostrar em "Hacksaw Ridge", filme de guerra sobre um herói, Desmond Doss, um enfermeiro que avançou para o inferno na terra e salvou 75 homens na batalha travada pelo exército norte-americano durante a II guerra mundial, em Hokinawa, a ilha japonesa do Pacífico.
A proeza de Doss, herói de guerra que morreu em 2006, valeu-lhe a primeira condecoração atribuída pelo congresso dos Estados Unidos a um objetor de consciência.
O filme é oportuno porque reflete sobre a nobreza de defender convicções sem armas e levanta a questão da violência armada numa época em que está aberto o debate sobre a posse de arma nos Estados Unidos.
No entanto, esses não são os temas que interessam a Mel Gibson. Ele quer celebrar a valentia deste homem – um super herói interpretado com sentimento por Andrew Garfield, que conhecemos pelas proezas heróicas do Homem-Aranha … – e sobretudo sublimar o ato de fé que o moveu no campo de batalha.
É um filme de fé, tal como "A Paixão de Cristo". O que nos permite concluir que Mel Gibson aborda sempre os mesmo temas e num contexto de violência como sucede em "Hacksaw Bridge", onde encena de forma gráfica muito explicítica a terrível batalha travada por norte americanos e japoneses, lembrando o que vimos em "O Resgate do Soldado Ryan"… mas sem o mesmo brilhantismo.
Mel Gibson faz sempre bem e interrompe uma década sem realizar com um filme de guerra convencional mas que causa impacto e não gera indiferença.