27 Set 2016 13:27
Um programa com 259 filmes, incluindo 46 portugueses, fazem do 14º Festival Internacional de Cinema DocLisboa, em outubro, uma edição "muito aventurosa, aberta", um "ponto de encontro" em torno do documentário na perspetiva da organização.
Na programação, a par das secções competitivas, dos programas Riscos, Verdes Anos ou Heart Beat, este ano o DocLisboa inaugura a secção Da Terra à Lua, descrita pela diretora do DocLisboa, Cíntia Gil, como uma espécie de "cápsula ou bola de cristal" que dará um panorama sobre o mundo.
Na secção Da Terra à Lua caberão filmes como "Austerlitz", de Sergei Loznitsa, "Between Fences", de Avi Mograbi – que estará em Lisboa – e "Lo and Behold, Reveries of the Connected world", de Werner Herzog.
Nesta secção estarão também dois filmes portugueses em primeira exibição mundial: a curta-metragem "Paris 15/16", de Teresa Villaverde, e a longa "Pedra e Cal", de Catarina Alves Costa.
Em parceria com a Fundação José Saramago e com a livraria Lello é criado um prémio para o melhor filme maioritariamente falado em língua portuguesa, um galardão transversal a todas as competições.
Durante o DocLisboa será ainda apresentado um novo projeto da associação Apordoc, intitulado "SCI-DOC", vocacionado para projetos e filmes de divulgação científica.
Para a competição internacional foram selecionados 18 filmes, entre os quais "Correspondências", de Rita Azevedo Gomes, a partir das cartas escritas entre Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen, e que esteve em competição em Locarno.
Na competição portuguesa estão 12 filmes, como "Ama-San", de Cláudia Varejão, já premiado na República Checa, "A Cidade onde Envelheço", produção luso-brasileira de Marília Rocha, "Cruzeiro Seixas – As Cartas do rei Artur", de Cláudia Rita Oliveira, e "O Espectador Espantado", de Edgar Pêra.
A secção Cinema de Urgência, que acolhe filmes que escapam ao regular ciclo de produção de cinema, que dá voz a filmes não profissionais ou por iniciativa de cidadãos anónimos, contará com uma projeção intitulada "#Fora Temer", a propósito da nomeação de Michel Temer para o lugar da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
A direção do DocLisboa tinha já anunciado anteriormente outros momentos da programação deste ano, nomeadamente o ciclo "Por um Cinema Impossível: Documentário e Vanguarda em Cuba", sobre o impacto da produção documental pós-revolução cubana, e a retrospetiva dedicada ao realizador inglês Peter Watkins, 80 anos, pioneiro do ‘docudrama’ e que estará em Lisboa.
A abertura do festival dá-se com "Oleg y las Raras Artes", do venezuelano Andrés Duque, e o encerramento com "Nos Interstícios da Realidade", de João Monteiro, sobre o realizador português António de Macedo.
A secção Heart Beat abrirá com o filme Sons do Gueto, da dupla Tim&Barry, sobre o movimento criativo em torno da editora portuguesa Príncipe Records e contará ainda com filmes como "Junun", de Paul Thomas Anderson, "Man With a Hundred Faces or The Phantom of Herouville", de Gaëtan Chataigner, com David Bowie, e "O Dia em Que a Música Morreu", de Bruno Ferreira, a partir de uma ideia original dos Linda Martini.
Na 14ª edição do festival, o filme vencedor do prémio de melhor curta-metragem será automaticamente pré-nomeado para o Óscar de Melhor Documentário nesta categoria.
O DocLisboa acontecerá na Culturgest e no Cinema São Jorge, mas terá também programação na Cinemateca, nos museus Calouste Gulbenkian e Oriente e festas diárias no Palácio do Príncipe Real.