11 Jan 2018 23:48
Goste-se mais ou goste-se menos, para os espectadores que são fãs ou para aqueles que olham o fenómeno como simples curiosidade, uma coisa é certa: “Star Wars” é uma das referências incontornáveis da história e da mitologia das últimas quatro décadas de cinema. Foi em 1977 que surgiu o primeiro título de “Star Wars”. Nessa altura, ainda havia algum gosto cinéfilo pela língua portuguesa — ou seja, o seu título de mercado foi mesmo “A Guerra das Estrelas”.
Como se costuma dizer em política, estavam reunidas as condições para que, nessa segunda metade da década de 70, surgisse algo como “Star Wars”. George Lucas, criador de todo este universo espacial, pertencia à geração de autores como Francis Ford Coppola, Martin Scorsese ou Steven Spielberg. Spielberg, justamente, em 1975, tinha aberto caminho a um novo conceito de espectáculo com o seu filme “Tubarão” — “A Guerra das Estrelas” era a grande aventura, agora com naves e robots.
Lá estavam os robots, R2-D2 e C-3PO. E lá estava a Princesa Leia, Han Solo e Luke Skywalker — e também, claro, o mais peculiar dos filósofos, Obi-Wan Kenobi. Toda uma galeria mitológica que, além do mais, transformou actores como Carrie Fisher (Leia), Harrison Ford (Solo) e Mark Hamill (Skywalker) em figuras eminentemente populares.
Vale a pena recordar que, em 1977, George Lucas não parecia propriamente vocacionado para uma grande saga inter-galáctica. O seu filme anterior, “American Graffiti” era mesmo um retrato mais ou menos romântico da juventude, com muito de auto-biográfico e uma banda sonora recheada com The Beach Boys, Bill Haley, Chuck Berry, etc. Ironicamente, tinha começado por realizar, em 1971, um filme de ficção científica chamado “THX 1138” — e nunca mais fez nada com o mesmo mistério existencial e a mesma poesia surreal [trailer].