12 Abr 2024
“Revolução (sem) sangue”, de Rui Pedro Sousa, que cruza as histórias das mortes a 25 de Abril de 1974, no âmbito do ataque da PIDE a manifestantes, estreia-se esta semana nos cinemas portugueses.
Um filme de ficção, mas baseado em factos e na vida das cinco pessoas que morreram na “revolução dos cravos”, retrata Fernando Giesteira, João Arruda, Fernando Reis e José Barneto, que tinham entre 18 e 38 anos e morreram alvejados pela PIDE/DGS, na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, sede da polícia política do Estado Novo.
A eles junta-se ainda António Lage, um funcionário da PIDE/DGS baleado por um militar.
“O nosso filme mostra como a nossa revolução foi importantíssima e determinante, mas também conta aquela parte de – caramba! – mesmo assim houve cinco jovens que tinham muitos sonhos programados que viram esses sonhos terminados”, disse o realizador Rui Pedro Sousa à agência Lusa, em outubro passado, durante a rodagem.
Segundo a produtora Filmesdamente, o filme parte da recolha de informações por familiares e intervenientes do 25 de Abril de 1974, pelos historiadores António Araújo e Irene Pimentel e pelos jornalistas Fábio Monteiro e Jacinto Godinho.
No retrato das cinco vítimas, a produção contou com o apoio e o consentimento da maioria das famílias, exceto dos herdeiros de José Barneto, por falta de consenso entre familiares, o que limitou a abordagem à vida deste homem, explicou o realizador.
Segundo Rui Pedro Sousa, o arco temporal da narrativa é entre 23 e 30 de abril de 1974, mas o ponto central é o tiroteio no dia da revolução.
A primeira longa-metragem de Rui Pedro Sousa é protagonizada por Rafael Paes, Lucas Dutra, Helena Caldeira, Diogo Fernandes e Manuel Nabais.