13 Abr 2024
O filme “Não sou nada – The Nothingness Club”, de Edgar Pêra, lidera as nomeações aos prémios do cinema português Sophia 2024, que irão homenagear o compositor Luís Cília e o realizador Rui Simões com prémios carreira.
Os nomeados da 13.ª edição foram anunciados pela Academia Portuguesa de Cinema, numa apresentação na sala de cinema Fernando Lopes, em Lisboa.
O filme de Edgar Pêra lidera a corrida com 15 nomeações, seguido de “Great Yarmouth – Provisional Figures”, de Marco Martins, com 13.
As longas-metragens de Edgar Pêra (em torno de Fernando Pessoa e da obra literária multiplicada por dezenas de heterónimos) e de Marco Martins (que resulta de cinco anos de trabalho de campo, com atores e não-atores, na comunidade de Great Yarmouth, uma vila costeira de Inglaterra, para onde dezenas de portugueses emigraram em busca de trabalho em fábricas de processamento alimentar) estão ambas nomeadas nas categorias de Melhor Filme e Melhor Realizador.
Pelos Sophia de Melhor Filme e de Melhor Realizador competem ainda “Nação Valente”, de Carlos Conceição, e “Mal Viver”, de João Canijo, nomeados em dez e oito categorias, respetivamente.
Na categoria de Melhor Atriz Principal estão indicadas Anabela Moreira (por “Mal Viver”), Beatriz Batarda (“Great Yarmouth – Provisional Figures”), Carla Maciel (“Légua”) e Joana Bernardo (“A Noiva”).
Já na categoria de Melhor Ator Principal competem João Arrais (“Nação Valente”), Miguel Borges (“Não sou Nada – The Nothingness Club”), Rafael Morais (“Amadeo”) e Rui Morrisson (“Sombras Brancas”).
Ainda nas categorias de interpretação, ao prémio de Melhor Atriz Secundária estão nomeadas Anabela Moreira (“Nação Valente”), Madalena Almeida (“Mal Viver”), Rita Cabaço (“Great Yarmouth – Provisional Figures”) e Victoria Guerra (“Não sou nada – The Nothingness Club”), e ao de Melhor Ator Secundário Albano Jerónimo (“Não sou nada – The Nothingness Club”), Matamba Joaquim (“Pátria), Romeu Runa (“Great Yarmouth – Provisional Figures”) e Victor Correia (“Não sou nada – The Nothingness Club”).
Na categoria de Melhor Documentário em Longa-Metragem surgem “Águas do Pastaza”, de Inês T.Alves, “O que podem as palavras”, de Luísa Sequeira e Luísa Marinho, “Super Natural”, de Jorge Jácome, e “Viagem ao Sol”, de Ansgar Schaefer e Susana de Sousa Dias.
Para o Sophia de Melhor Série/Telefilme foram nomeados “Cavalos de Corrida”, de André Santos e Marco Leão, “Emília”, de Filipa Amaro, “Rabo de Peixe”, de Augusto Fraga, e “Salgueiro Maia – O Implicado”, de Sérgio Graciano.
Este ano, o Prémio Carreira será entregue ao compositor Luís Cília e ao realizador Rui Simões.
Luís Cília, um dos ‘cantores de Abril’, que nos últimos anos se dedica à composição para teatro, dança e cinema, foi nomeado nos Sophia 2014 pelo seu trabalho em “Até Amanhã, Camaradas” e venceu o Prémio de Melhor Banda Sonora em 2015 com “Os Gatos Não Têm Vertigens”. A Academia destaca ainda o trabalho de Luís Cília em filmes como “O Salto” (1967), “Jogo de Mão” (1983), “A Força do Atrito” (1993), “Camarate” (2001), “A Passagem da Noite” (2003), “Call Girl” (2007), “A Esperança Está onde Menos se Espera” (2009), “Quarta Divisão” (2013), “Índice Médio de Felicidade” (2017) e “O Nosso Cônsul em Havana” (2019).
Rui Simões, uma “referência no documentário português”, é conhecido pelas obras “São Pedro da Cova” (1976), “Bom Povo Português” (1980), “Cenas de Caça” (1994), “Introdução ao Princípio das Coisas” (2000), “Teatro dos Sonhos” (2003), “Ensaio sobre o Teatro” (2006), “Ilha da Cova da Moura” (2010), “Guerra ou Paz” (2012), “Entre Cenas” (2014), “Alto Bairro” (2014), “A Casa” (2017), “No País de Alice” (2021).
Este ano, em que celebra 80 anos de vida e 50 de carreira, Rui Simões vai estrear “Primeira Obra”, o seu primeiro filme de ficção, mas também autobiográfico, tendo como ponto de partida um dos primeiros trabalhos do cineasta, “Bom Povo Português”.
A 13.ª cerimónia de entrega dos prémios Sophia, sob o tema “Cinema é Liberdade”, está marcada para 26 de maio no Casino Estoril, em Cascais, e será transmitida na RTP2.