15 Ago 2024

A saga de culto “Alien” regressa às raízes: sete anos passados sobre o último filme, “Alien: Romulus” chega esta semana aos cinemas. O realizador Fede Alvarez conta em entrevista como ficou marcado para sempre pelos primórdios da história durante a sua adolescência no Uruguai.

A seguir a Ridley Scott, que dirigiu o primeiro filme, “Alien – O 8.º Passageiro” (1979), depois a James Cameron (“Aliens”, 1986), David Fincher (“Alien 3”, 1992) e Jean-Pierre Jeunet (“Alien, a Ressurreição”), é a um realizador muito menos conhecido que a Disney, nova detentora deste universo ficcional, confia a direção da sétima longa-metragem.

Ridley Scott, regressado ao leme nos anos 2010 para relançar a franquia com “Prometheus” e “Covenant”, mesmo que para isso se tenha afastado do espírito original, é o produtor do novo filme.

Fede Alvarez (“Evil Dead”, “Don’t Breathe”), que considera os dois primeiros filmes “fundamentais” para o seu trabalho e para o cinema em geral, afirma ter encontrado inspiração nos primórdios da história da série.

O enredo desta aventura numa nave espacial à deriva situa-se na época dos primeiros filmes, quando equipas de viajantes espaciais descobrem, a seu custo mortal, a existência de xenomorfos, extraterrestres aterradores.

“Há uma cena no filme de 1986 em que vemos um grupo de crianças e jovens a correr à volta de uma estação espacial. Pensei: ‘Como será para estes miúdos quando crescerem?'”

“Alien: Romulus” é também o regresso ao gore e ao terror das primeiras obras. Reproduz fielmente os códigos e as cenas mais conhecidas, incluindo a emblemática eclosão do parasita alienígena no corpo do seu hospedeiro humano.

O realizador de 46 anos também revisita o estilo visual da obra de Ridley Scott, “um dos grandes mestres do género”, segundo ele.

“Não é tanto uma vontade de retroceder, mas simplesmente o facto de, como cineasta, querer fazer as coisas como aprendi a fazê-las”, explica, referindo-se em particular à sua decisão de filmar sem “demasiados ecrãs verdes”, a técnica normalmente usada para colocar efeitos visuais durante a fase de pós-produção.

O cineasta mergulhou assim no “futurismo dos anos 80”, com espécimes míticos de “Alien” controlados por equipas de marionetistas. “Tecnicamente, é um filme muito ambicioso”, promete.

“Gerar emoções reais nas pessoas é a coisa mais difícil que existe”, sublinha. “Quando se decide ver este filme, já se sabe mais ou menos a que nos queremos expor”. “É como andar numa montanha-russa”, ilustra, antes de acrescentar: “Gosto de produzir esse efeito nas pessoas”.

Na tradição de Alien, o papel principal de “Alien Romulus” é desempenhado por uma atriz, a jovem Cailee Spaeny. Na altura, a personagem original da saga, Ellen Ripley, revelara Sigourney Weaver.

Cailee Spaeny, atriz de 26 anos, foi descoberta em janeiro como a mulher de Elvis em “Priscilla” de Sofia Coppola, e depois em abril em “Guerra Civil” como a jovem repórter que desafia a morte ao lado de Kirsten Dunst.

Aqui, interpreta uma órfã, reduzida a um estado de escravatura virtual num canto do planeta sem sol, gerido numa atmosfera semelhante à de “Blade Runner” pelo conglomerado privado Weyland-Yutani, que ali extrai um minério tóxico.

Ela não hesita muito quando um grupo de jovens rebeldes sugere que tentem fugir para climas mais hospitaleiros. O plano? Apoderarem-se de uma nave espacial que pensam ter sido abandonada, mas, habitada na realidade por xenomorfos que assassinaram brutalmente a tripulação.

“Alien: Romulus” estreia esta semana nas salas de cinema portuguesas.

  • CINEMAX - RTP c/ AFP
  • 15 Ago 2024 10:48

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