

Anunciado o programa da 64ª Semana da Crítica de Cannes
Onze filmes que exploram temas como a condição feminina, o cinema queer e a amizade compõem o programa da 64.ª Semana da Crítica, secção paralela do Festival de Cannes que decorre de 14 a 22 de maio. A seleção deste ano destaca a pluralidade de olhares e a forte presença feminina, com seis das obras assinadas por realizadoras.
Os onze filmes do programa da 64.ª Semana da Crítica, que decorre de 14 a 22 de maio, abordam temas que vão desde a condição feminina e o cinema queer até à amizade, segundo a seleção anunciada esta segunda-feira.
A edição deste ano de uma das secções paralelas do Festival de Cannes oferece “filmes de diferentes tipos, géneros e registos”, disse à AFP Ava Cahen, delegada geral da Semana da Crítica.
“Estamos a tentar mostrar toda a diversidade, toda a pluralidade e ter um panorama global que pensamos ser relevante”.
Criada em 1962, a Semana da Crítica concentra-se na apresentação de primeiras e segundas obras. Em 2024, o Grande Prémio foi atribuído a Federico Luis, da Argentina, por “Simon de la Montaña”.
Das sete longas-metragens em competição e das quatro em sessões especiais deste ano, seis foram realizadas por mulheres, o que Ava Cahen considera uma “determinação”, uma “vitória” e um “motivo de orgulho”. Quatro são francesas.
Entre os escolhidos está um filme de animação, “Planets”, da japonesa Momoko Seto, que “emociona” através da viagem de dentes-de-leão resgatados de uma explosão nuclear, na cerimónia de encerramento, e um documentário autobiográfico (“Imago”, do checheno Déni Oumar Pitsaev).
O filme de abertura, “L’intérêt d’Adam”, da realizadora belga Laura Wandel, mergulha Léa Drucker e Anamaria Vartolomei na ala pediátrica de um hospital.
A maternidade é também o tema de “Des preuves d’amour”, longa-metragem de estreia da francesa Alice Douard, uma comédia dramática sobre um casal à espera do primeiro filho, protagonizada por Ella Rumpf e Monia Chokri.
Outro filme queer, segundo Ava Cahen, é “A useful ghost”, do realizador tailandês Ratchapoom Boonbunchachoke.
“Kika”, a primeira longa-metragem do belga Alexe Poukine, aborda a “posição precária das mulheres” e “Ciudad sin sueño”, do espanhol Guillermo Galoe, conta uma “magnífica história de amizade” no maior bairro de lata da Europa.
O cineasta Rodrigo Sorogoyen será o presidente do júri. Aos 43 anos, é uma das figuras de proa da renovação do cinema espanhol. Destacou-se com filmes sombrios como “Que Dios nos perdone” a “El Reino”, que lhe valeu o Goya para melhor realizador em 2019. Assinou ainda “As Bestas”, um thriller filmado na Galiza com Denis Ménochet e Marina Foïs.