5 Set 2022 17:03
Darren Aronofsky apresentou "A Baleia" na competição em Veneza. Exibido domingo, o drama indigesto proporciona um regresso inesperado a Brendan Fraser. Desta vez, o intérprete de "A Múmia" é um homem que sofre de obesidade mórbida.
Caído num relativo esquecimento nos últimos anos, irreconhecível no corpo de Charlie, um homem com mais de 250 quilos que já não pode sair de casa e mal se consegue levantar do seu sofá, o actor tem caminho aberto para o prémio de melhor actor nesta edição do festival e lança-se como o primeiro grande favorito aos próximos Óscares.
Adaptado da peça de Samuel D. Hunter, o filme conta o reencontro do professor de inglês recluso com a filha, interpretada pela jovem estrela da série "Strange Things", Sadie Sink, um pálido desempenho no papel de adolescente amuada.
As sequências de abertura do filme sugerem uma reflexão raramente vista sobre a percepção da obesidade e como se sentem essas pessoas. No fim, acaba afetado por metáforas duvidosas, incluindo acenos regulares à baleia em "Moby Dick", diálogos pesados e excesso de sentimentalismo.
Resta a actuação de Brendan Fraser, escolhido após dez anos de hesitação pelo director Darren Aronofsky que considerou "todas as estrelas do planeta", disse ele em Veneza.
Durante as filmagens, "aprendi a mover-me de forma totalmente nova, desenvolvi músculos que nem sabia que tinha", acrescentou o actor. Uma experiência que mudou a sua visão da obesidade: "Aprendi que é preciso ser uma pessoa incrível, física e mentalmente, para se habitar um corpo assim.
Foi o papel de uma vida e "o mais complicado que alguma vez desempenhei. Charlie é de longe a personagem mais heróica que alguma vez representei", acrescentou Fraser que foi brindado por uma interminável ovação no final do filme.