Bryce Dallas Howard em

12 Nov 2015 18:26

Goste-se muito ou goste-se pouco do cinema de M. Night Shyamalan, creio que se pode dizer que todos lhe reconhecem a capacidade invulgar de surpreender o espectador, de o apanhar para além de qualquer hábito corrente de percepção. Assim acontece no seu novo filme, "A Visita". Assim aconteceu também nnum dos seus filmes mais discutidos, lançado em 2004 — tem o título muito simples de "A Vila".




Na dinâmica dramática de "A Vila", a música de James Newton Howard, compositor que tem sido um dos mais fiéis colaboradores de Shyamalan, envolve uma promessa ambígua — há, naturalmente, uma sugestão de inquietação e medo, mas há também um horizonte de liberdade, dir-se-ia quase romântico. Afinal, esta é a história de uma povoação que vive assombrada pelas criaturas que habitam a floresta à sua volta.

Em boa verdade, não é fácil definir um filme como "A Vila". Por um lado, é certo que Shyamalan conhece, obviamente, a tradição do cinema de terror, sabendo aplicar muitos dos seus dispositivos clássicos; por outro lado, as peripécias vão evoluindo como uma espécie de reconversão dos elementos do Sonho Americano — como se esta fosse a procura utópica de uma primitiva ideia de comunidade.

O cinema de Shyamalan não é, de modo algum, um cinema de efeitos fáceis que se bastem a si próprios. Cada personagem tem um peso específico, um lugar insubstituível. Dito de outro modo: ele é também um cineasta que sabe dirigir os seus actores. No caso de "A Vila", encontramos, entre outros, Bryce Dallas Howard, William Hurt e Joaquin Phoenix — mesmo quando há monstros, o tema é sempre a dimensão humana.

  • cinemaxeditor
  • 12 Nov 2015 18:26

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