3 Nov 2022 14:55
"Alma Viva", da realizadora luso-francesa Cristèle Alves Meira estreia hoje em mais de 30 salas de cinema, de Lisboa a Porto, passando por Braga, Coimbra, Leiria, Viana do Castelo e Viseu, estando agendadas sessões especiais em Aveiro, Castelo Branco, Estarreja, Funchal, Fundão, Santarém, Tavira e Tomar.
O filme teve ainda sessões antecipadas em Vimioso (concelho em que o filme foi rodado), Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Viana do Castelo e Porto.
Com estreia mundial Competição da Semana da Crítica do Festival de Cannes, "Alma Viva" foi ainda escolhido como o representante de Portugal nas candidaturas à nomeação do Oscar de melhor filme internacional, a decorrer em 2023.
Produzido pela Midas Filmes em coprodução com França e Bélgica, é a primeira longa-metragem de Cristèle Alves Meira.
O filme, um microcosmo sobre laços familiares, emigração, misticismo e a cultura transmontana, foi integralmente rodado em Junqueira, concelho de Vimioso, onde a realizadora tem raízes maternas; e contou sobretudo com atores não profissionais da localidade.
"Alma Viva" centra-se em Salomé, uma menina, filha de emigrantes portugueses em França, que passa o verão numa aldeia com a avó, com quem tem uma forte ligação afetiva e espiritual. A menina irá testemunhar a morte da avó e suspeita que esta foi envenenada por outra mulher da aldeia que suspeitava que ela era uma bruxa. Enquanto a família organiza o funeral, Salomé acredita que está acompanhada pelo espírito da avó e tenta vingar a sua morte.
"A história foi completamente inspirada em histórias poderosas e misteriosas que ouvi ao pé da lareira. Essas histórias são quase como a memória arcaica de Portugal, a matriz da nossa cultura e eu queria voltar a essas tradições e contar essas histórias no cinema, para estar nessa transmissão de cultura", explicou Cristèle Alves Meira à agência Lusa nas vésperas da estreia mundial na Semana da Crítica do Festival de Cannes.
O filme é também um retrato da emigração portuguesa, das famílias que se separam entre os que ficam e os que partem, e das complexas diferenças sociais e económicas que daí nascem.
Filha de um minhoto e de uma transmontana que emigraram para França, Cristèle Alves Meira mantém a ligação a Portugal e às origens dos pais e assume que este filme tem um pendor autobiográfico, mesmo sendo uma ficção.