22 Jun 2019 23:48

A abordagem da sida já deu origem a títulos tão importantes como “Filadélfia”, realização de Jonathan Demme com data de 1993, “Um Coração Normal”, um telefilme de 2014 assinado por Ryan Murphy, e mais recentemente o magnífico “Agradar, Amar e Correr Depressa”, de Christophe Honoré. Vale a pena recordar uma referência também marcante, ainda que muito menos conhecida — surgiu em 1989 e chama-se “Companheiros de Sempre”.

Na banda sonora, escutavam-se temas como o emblemático “The Tide Is High”, dos Blondie, um sucesso do seu álbum “Autoamerican”, lançado em 1980.


Em boa verdade, a música servia para definir o pano de fundo de uma época exuberante e festiva, ao mesmo tempo marcada pelos primeiros sinais da sida — entre os actores principais estavam Bruce Davison e Dermot Mulroney.

Realizado por Norman René, “Companheiros de Sempre” intitulava-se no original “Longtime Companion”, uma expressão cunhada pelo jornal “The New York Times” para definir, precisamente, aquele que, numa relação de pessoas do mesmo sexo, tinha sobrevivido a um caso de sida. A intensidade emocional do filme tinha sempre o contraponto, por vezes dramático, por vezes irónico, das canções da época: outro excelente exemplo era “Walking on Sunshine”, dos Katrina & The Waves.



Importa lembrar que estamos perante um objecto realmente pioneiro. “Companheiros de Sempre” não foi, obviamente, o primeiro filme sobre a sida — vale a pena citar, por exemplo, esse telefilme invulgar que é “Um Gelo Súbito”, de John Erman, surgido em 1985, portanto quatro anos.

Em todo o caso, “Companheiros de Sempre” foi o primeiro filme a ter uma difusão global no mercado, muito para além dos nichos da produção independente. Nele se expunha o conflito entre a realidade mais crua e a utopia dos sonhos — era, justamente, a matéria dos sonhos que estava num grande sucesso da época, interpretado pelos Human League.

  • cinemaxeditor
  • 22 Jun 2019 23:48

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