17 Mar 2017 12:52
A estreia do filme "A Bela e o Monstro" na Malásia foi adiada para 30 de março após as autoridades locais terem exigido o corte de uma cena definida pelo realizador Bill Condon como "momento gay". Na mesma altura, Condon revelou que a personagem LeFou, interpretada por Josh Gad, é homossexual. Este facto representa, nas suas palavras, uma homenagem a Howard Ashman, autor das letras das canções originais, que morreu de SIDA em 1991.
Entretanto, a Disney recusa censurar o filme. Os escritórios do estúdio norte-americano na Malásia aproveitaram a possibilidade de recurso e enviaram um apelo a uma segunda comissão do ministério do interior.
Em declarações citadas pelo jornal local The Star, o presidente da comissão de censura, Abdul Halim, mantém-se firme: "As empresas cinematográficas não podem impor condições à LPF. Não vamos ceder".
As leis da Malásia proíbem referências à homossexualidade, excepto quando exista uma clara manifestação de arrependimento. A homossexualidade é proibida no país.
Harussani Zakaria, importante clérigo muçulmano numa região no norte da Malásia, expressou um ponto de vista mais radical. Em declarações à agência France Press apelou a que o filme fosse "banido na Malásia" para proteger o país de "comportamentos ocidentais descontrolados".
Já o ministro da cultura e turismo, Seri Nazri Aziz, considera toda esta questão "ridícula". "Não se pode banir um filme por causa de uma personagem gay. É preciso deixar que sejam as pessoas a escolher", afirmou ao Malay Mail Online.
Há duas semanas foram publicadas notícias que o filme seria banido na Rússia, também por causa do "momento gay", mas as autoridades locais limitaram-se a classificar o filme para maiores de 16 anos.
Nos Estados Unidos, os responsáveis por um drive-in no Alabama anunciaram a 2 de março que não iriam exibir o filme por razões religiosas.
O lançamento mundial de "A Bela e o Monstro" tem lugar este fim-de-semana em 55 países, incluindo Portugal. A estreia terá também lugar em mercados chave como a China, a Coreia do Sul, o Reino Unido, Alemanha, México e Brasil.
Com um custo de produção estimado nos 160 milhões de dólares, a que se juntam outros 140 milhões em cópias e marketing, o filme com Emma Watson e Dan Stevens será o musical mais caro de sempre na história do cinema.
As estimativas da imprensa especializada norte-americana apontam para um primeiro fim-de-semana a render entre os 200 e os 245 milhões de dólares, dos quais 100 a 140 milhões provenientes dos Estados Unidos e Canadá, que continuam a constituir o maior mercado mundial de consumo de cinema em sala.