Elia Kazan e Marlon Brando na rodagem de
Norte-americano

Elia Kazan através das suas cartas

A edição de um livro de correspondência de Elia Kazan constitui um importante acontecimento editorial — as memórias do cineasta de "Há Lodo no Cais" e "A Leste do Paraíso" serão também, por certo, um retrato íntimo de Hollywood.
13 Abr 2014 2:10

Elia Kazan teve um breve romance com Marilyn Monroe? Sim, é verdade. A revelação não provém, felizmente, de qualquer especulação mais ou menos obscena da imprensa "cor-de-rosa", mas sim de um conjunto de documentos preciosos. A saber: as suas cartas privadas [ver notícia em "The Hollywood Reporter"].

Com edição de Albert J. Devlin, a Random House vai publicar uma selecção de cerca de três centenas de cartas de Kazan: a edição hardcover de "The Selected Letters of Elia Kazan" estará disponível, nas lojas americanas, a partir do dia 22 de Abril.
Estamos, por certo, perante um livro indispensável para compreender muitas atribulações internas da produção cinematográfica americana. Para além das questões mais íntimas — incluindo uma atitude muito severa em relação ao comportamento de "diva" de Warren Beatty, na rodagem de "Esplendor na Relva" (1961) —, a antologia de cartas promete dar uma visão interior da própria dinâmica de Hollywood e, em particular, dos combates de Kazan com os estúdios para manter a sua independência criativa.
Estamos a falar, afinal, do cineasta de "Um Eléctrico Chamado Desejo" (1951), "Há Lodo no Cais" (1954) e "A Leste do Paraíso" (1955), títulos que ajudaram a impor uma nova geração de actores — Marlon Brando, James Dean, etc. —, abrindo também caminhos para uma revolução formal toda ela ligada à reconversão do trabalho específico dos actores.
  • cinemaxeditor
  • 13 Abr 2014 2:10

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