5 Nov 2022 13:47
A sequela da Marvel "Wakanda Para Sempre", que chega aos cinemas portugueses a 10 de novembro, traz de volta a Pantera Negra ao mesmo tempo que honra o legado do Rei T’Challa e reconhece a morte do seu ator, Chadwick Boseman.
"O choque tornou-se na questão sobre o que devíamos fazer, se devíamos fazer alguma coisa", disse o presidente dos estúdios Marvel, Kevin Feige, numa conferência sobre o filme em Los Angeles. "Rapidamente determinámos que este incrível elenco de personagens e este mundo que tinha sido criado para o ecrã tinha de continuar".
O protagonista do filme "Black Panther" de 2018, Chadwick Boseman, morreu inesperadamente de cancro em 2020, quando o realizador Ryan Coogler já estava a trabalhar há vários meses numa sequela com ele.
A equipa mudou de direção e decidiu não escolher outro ator para o substituir como T’Challa. Por isso, parte da história de "Wakanda Para Sempre" foca-se no luto pela perda do rei de Wakanda, e como as pessoas à sua volta lidam com a dor.
"A morte vem para todos", afirmou Ryan Coogler. "O pior pesadelo é que isso nos aconteça e as pessoas que nos amam fiquem perdidas sem nós".
É por isso que "Wakanda Para Sempre" explora várias formas de lidar com a perda, com interpretações muito emocionais dos atores, que eram amigos próximos de Chadwick Boseman na vida real.
"Conseguimos trazer algo que sentimos ser real e verdadeiro", disse Letitia Wright, que encarna Shuri e é a grande protagonista desta sequela. "Pus nisto todo o meu coração e demos um arco completo à Shuri, e espero que isso ressoe junto das pessoas e que elas encontrem consolo connosco".
Na exibição antecipada do filme, em Los Angeles, havia membros da audiência a chorar nalguns dos momentos mais difíceis da história, que é contada ao longo de duas horas e quarenta minutos.
"Como contadores de histórias, queríamos ser tão honestos quanto possível com o que os personagens sentiriam depois da perda de T’Challa", disse o produtor Nate Moore. "Não só luto, mas às vezes também alegria, humor, todas as emoções que alguém sente com uma perda profunda".
Esta ideia de perda permeia a narrativa não apenas com os habitantes de Wakanda, mas também com o antagonista do filme, Namor (Tenoch Huerta) e o seu povo, os Talocan.
Huerta explicou que isso tornou mais fácil interpretar o vilão que tenta destruir o legado de Wakanda, um reino que muita gente admira e com que o próprio ator se identifica. "O Ryan encontrou uma forma de o tornar humano e justificar porque é que as pessoas fazem coisas dessas", considerou.
A introdução de Namor e do seu povo no universo Marvel acontece, disse Huerta, no momento perfeito.