Audrey Tautou — a vedeta francesa num filme de produção britânica

Em casa

ESTRANHOS DE PASSAGEM (2002)

Sempre fiel aos pressupostos realistas da sua formação, o britânico Stephen Frears fez, com "Estranhos de Passagem", um retrato contundente de algumas formas de exploração de refugiados em Londres.

27 Ago 2016 20:55

O filme "Dheepan", que valeu a Jacques Audiard a Palma de Ouro de Cannes/2015, fala-nos de um grupo de cidadãos do Sri Lanka que tenta sobreviver em França. É um sintoma do modo como o cinema tem sabido reflectir os dramas dos refugiados. A esse propósito, há um filme britânico de 2002 que vale a pena evocar: chama-se no original "Dirty Pretty Things" e chegou às salas portuguesas com o título "Estranhos de Passagem".

Os “estranhos de passagem” a que se refere o título português são emigrantes clandestinos, em particular de origem nigeriana, que se descobrem apanhados numa rede em que o tráfico de órgãos humanos se cruzam com a venda de passaportes falsos — trata-se de um filme cuja intensidade dramática não pode ser dissociada do mais genuíno realismo britânico.

Estamos, afinal, perante o trabalho de um cineasta, Stephen Frears, cuja formação passa, justamente, por uma tradição realista em que cinema e televisão são entidades cúmplices. Vale a pena recordar que, em finais da década de 80, Frears foi um nome fundamental de uma certa “nova vaga” britânica, através de filmes como "Vidas em Fúria" e, sobretudo, "A Minha Bela Lavandaria".

Em "Estranhos de Passagem", Stephen Frears integrou um dos grandes actores ingleses contemporâneos, Chiwetel Ejiofor e ainda Audrey Tautou, a francesa que, em 2001, se celebrizara através de "O Fabuloso Destino de Amélia". Entre os notáveis que contribuíram para o filme, importa ainda destacar, na banda sonora, o inconfundível David Byrne.

cinemaxeditor
27 Ago 2016 20:55