26 Mai 2023 11:43
É a recta final do Festival de Cannes, com dois filmes ainda por exibir na sexta-feira, incluindo o de Ken Loach, duas vezes vencedor da Palma de Ouro, antes de o júri se retirar para atribuir a Palma de Ouro no sábado à noite.
A 76ª edição fica marcada pelo regresso de estrelas de Hollywood e pela presença recorde de mulheres realizadoras.
Na sexta-feira, o britânico Ken Loach (86 anos), decano da competição, é esperado na Croisette com “The Old Oak”, anunciada como a sua última longa-metragem. Será ele o primeiro realizador a ganhar pela terceira vez o prémio máximo do maior festival de cinema do mundo?
Testemunha impiedosa do seu tempo, com as suas convicções muito à esquerda, ganhou a primeira Palma em 2006 com “O Vento Levanta-se” e a segunda em 2016 com “Eu, Daniel Blake”.
“Sorry We Missed You”, o seu filme anterior, foi igualmente apresentado em competição em Cannes em 2019.
O enredo de “The Old Oak” passa-se numa aldeia abandonada de antigos mineiros de carvão, que refugiados sírios estão a tentar reavivar. No centro da aldeia e da trama está o futuro incerto do último pub, The Old Oak.
O realizador britânico vai partilhar o palco com a italiana Alice Rohrwacher. Pela terceira vez em competição, Alice Rohrwacher apresentará “La Chimera”, sobre uma jovem arqueóloga que se envolve com um grupo de ladrões de túmulos na Itália dos anos 1980.
A cineasta de 41 anos ganhou o Grande Prémio do festival em 2014 com “O País das Maravilhas”, antes de receber o Prémio de Argumento quatro anos mais tarde com “Feliz como Lázaro”. Em 2019, integrou o júri presidido por Alejandro González Iñárritu.
Depois de Marco Bellocchio e Nanni Moretti, Rohrwacher é a terceira cineasta italiana na competição deste ano.
Kaurismäki entre os favoritos
Quem sucederá a Ruben Östlund, vencedor da Palma de Ouro no ano passado com “Triângulo da Tristeza”?
Nesta fase, Aki Kaurismäki é um dos favorito com “Les feuilles mortes”, de acordo com as grelhas de avaliação da crítica publicadas diariamente na imprensa especializada.
O filme do finlandês, sobre duas almas solitárias numa Finlândia chuvosa e operária, é um dos preferidos dos jornalistas.
O outro grande favorito é “Anatomia de uma Queda”, da realizadora francesa Justine Triet. Denso e vertiginoso, traça o retrato de uma mulher acusada de matar o marido. Castradora ou vítima do mal? Cabe ao público decidir.
No papel principal: a alemã Sandra Hüller, que também participou em “A Zona de Interesse”, de Jonathan Glazer, mais um dos preferidos da crítica que olha para o outro lado do muro no campo de concentração de Auschwitz.
Igualmente apreciado no festival foi “May December”, do norte-americano Todd Haynes. Um filme sobre o fingimento e a negação de uma relação proibida entre um menor e um adulto, protagonizado por Julianne Moore e Natalie Portman.
No total, 21 longas-metragens estão a concurso este ano. Sete são realizadas por mulheres, incluindo a mais jovem cineasta da competição, Ramata-Toulaye Sy, de 36 anos.
No sábado, após terem visto os últimos filmes, os jurados retiram-se para uma villa onde vão deliberar. O anúncio dos vencedores será feito ao início da noite.