HALLOWEEN (1978)
Na história do género de terror, o nome de John Carpenter é absolutamente essencial — "Halloween", produzido ainda com escassos meios, constitui um dos momentos fulcrais, e também um dos mais influentes, da sua trajectória criativa.
Na galeria de referências clássicas do cinema de terror, John Carpenter ocupa um lugar muito especial. Tão especial que se pode dizer que a sua visão e o seu estilo criaram um território à parte, uma espécie de sub-género no interior do próprio género de terror. Talvez o maior símbolo de tudo isso seja a produção de 1978, "Halloween".
Em cena está uma maldição que regressa — aliás, o subtítulo português foi, precisamente, "O Regresso do Mal". No seu centro surge a personagem de Michael Myers, um jovem internado num hospital psiquiátrico depois de, apenas com 6 anos, ter morto a própria irmã — 15 anos depois, o seu regresso vai abalar toda uma comunidade.
O que distingue John Carpenter não é, exactamente, a história que narra — afinal de contas, os contos mais ou menos assombrados de personagens que regressam são uma convenção regular deste género de filmes. O que o distingue é, realmente, o estilo, quer dizer, a capacidade de definir situações de medo e inquietação através dos meios específicos do cinema.
Já no seu filme anterior, "Assalto à 13ª Esquadra", lançado em 1976, o realizador tinha mostrado a sua mestria na composição do espaço e, em particular, na discreta elegância do trabalho da câmara. Tudo isso se torna visceral, e muito mais sofisticado, em "Halloween". Sem esquecer que as ambiências musicais têm assinatura do próprio John Carpenter.
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