18 Dez 2023
A história de dois adolescentes apaixonados em 1506, ano em que morreram milhares de judeus em Lisboa, vai ser contada numa longa-metragem de animação por Humberto Santana e Pedro Brito, revelou à Lusa o produtor Nuno Beato.
“Leonor e Benjamim” é um projeto de longa-metragem de animação das produtoras Sardinha em Lata e Animanostra e conta com um milhão de euros de apoio financeiro pelo Instituto do Cinema e Audiovisual.
Segundo o produtor de A Sardinha em Lata, a ação de “Leonor e Benjamim” desenrola-se “nos trágicos acontecimentos ocorridos em Lisboa, em abril de 1506, quando, durante três dias, foram barbaramente massacrados mais de três mil homens, mulheres e crianças de origem judaica”.
Na história de Humberto Santana e Pedro Brito, os protagonistas são dois adolescentes apaixonados: “Ela, de uma família tradicional, ele, de uma família de cristãos-novos, de origem judaica”, mas cujo romance vai ser “ceifado na devastação”.
O filme remete para o episódio trágico ocorrido em abril de 1506, em Lisboa, no qual milhares de cristão-novos (judeus forçados a converter-se ao Cristianismo) foram mortos de forma indiscriminada por multidões descontroladas.
Nuno Beato explicou que o projeto da longa-metragem de animação está ainda em desenvolvimento e que está a ser preparada uma apresentação em mercados internacionais, “numa tentativa na pesquisa de outros financiamentos e coprodutores”.
Em paralelo ao trabalho de financiamento, as duas produtoras vão iniciar em 2024 o trabalho de pré-produção, nomeadamente nas vertentes de investigação e sobre o grafismo.
“Leonor e Benjamim” será a primeira longa-metragem tanto para Humberto Santana como para Pedro Brito, dois nomes com larga experiência no cinema de animação em Portugal.
Ao abrigo do programa bienal do Instituto do Cinema e Audiovisual, de um milhão de euros para a produção de uma longa-metragem de animação, foi já atribuído apoio financeiro aos projetos “Nayola”, de José Miguel Ribeiro, “Os demónios do meu avô”, de Nuno Beato – ambos já estreados em sala -, “Dom Fradique”, de Zepe, e “Una”, de Vasco Sá e David Doutel.