03 Nov 2023
Foi o filme de abertura do Festival de Cannes e o primeiro grande foco das atenções da imprensa. Após três anos de ausência e das acusações de violência doméstica feitas pela ex-mulher, Johnny Depp volta ao cinema, para interpretar o rei Luís XV. Maiween acumula as funções de realizadora com as de atriz, para desempenhar o papel de uma cortesã que viria a tornar-se na amante favorita do rei, perante a perplexidade dos que habitavam e frequentavam Versailles.
Episódio real da história francesa, “Jeanne du Barry” foi ofuscado pela presença da estrela do cinema norte-americano. As opiniões dividiram-se, entre os fãs convictos que o aplaudiram na passadeira vermelha, e as vozes criticas pela escolha do filme para abertura do Festival. Johnny Depp sorriu, deu autógrafos e mostrou desprezo pela indústria de Hollywood e por aqueles que alimentaram o mediatismo de um caso de que saiu totalmente ilibado. Disse que já não sente que foi boicotado, porque já não tem necessidade e não pensa em Hollywood.
No fim da linha, o que conta é poder voltar a fazer filmes – “Estamos aqui para falar de um filme, mas é como se me perguntassem – como estás? E, no fundo, pensam – Odeio-te. É mais ou menos assim que funciona o mediatismo. Mas o foco devia ser o milagre que é fazer um filme de que se gosta. Se tiver sucesso nesse ponto, já ganhei.” – disse na conferência de imprensa, em que Maiween também foi questionada pela escolha do ator norte-americano para desempenhar Luís XV.
A realizadora brincou com a ideia de preferir ter um ator sexy com quem contracenar, e explicou que Depp parecia ideal para o papel porque “ele é realmente erudito e muito curioso sobre França. Conhece bem o cinema francês, a pintura, a música (…) Na verdade, sabia mais do que eu sobre o Luís XV.”
Para Johnny Depp, “Jeanne Du Barry” começou por ser um projeto cheio de reticências, até se tornar num desafio aliciante – “achei muito corajoso da parte dela, chamar um saloio do Kentucky para fazer de Luís XV. Aceitei de imediato, mas queria ter a certeza que não estava a meter o nariz onde não era chamado. A intrometer-me nas coisas, na cultura, pensamentos e estranheza alheios. Mas fico contente por ela ter persistido e eu também.”
“Jeanne Du Barry” é um drama centrado no romance entre o Rei e a amante, e na rotina a que estavam sujeitos em Versailles. Maiween quis evidenciar o temperamento de uma mulher que abanou a corte francesa, e “explorar as relações humanas e os paradoxos”.
O filme conta a história de uma mulher que protagonizou um caso de escândalo na corte francesa no século XVIII, com o ator que sentiu na pele os efeitos do escândalo que, durante alguns anos, o afastou do cinema, alimentado pela imprensa e pelos estúdios em Hollywood.
“Jeanne Du Barry – A Favorita do Rei” estreou nos cinemas portugueses a 1 de novembro.