18 Jul 2023
O realizador português João Pedro Rodrigues vai presidir ao júri da edição deste ano das Jornadas dos Autores, no Festival de Veneza. Composto por 27 jovens cinéfilos, cada um representando um país europeu, este coletivo decidirá o filme vencedor do prémio de realização, o único reconhecimento oficial da secção autónoma promovida no âmbito do Festival de Cinema de Veneza.
Após se ter estreado em Veneza com a curta-metragem “Parabéns!” apresentada na edição de 1997, Rodrigues regressou em 2000, em competição com a longa-metragem de estreia “O Fantasma”.
Ao longo dos anos, os seus filmes foram seleccionados para os principais festivais internacionais, de Roterdão, a Berlim, passando por Cannes, Locarno, Toronto, ou San Sebastián.
Em 2016, ganhou o prémio de melhor realização em Locarno com “O Ornitólogo”. No ano passado, “Fogo-Fátuo” esteve na Quinzena dos Realizadores de Cannes e entre os cinco finalistas do LUX Prémio do Público 2023.
Depois de Céline Sciamma e da dupla inédita composta por Mina Mileva e Vesela Kazakova que, há dois anos, atribuíram o prémio ao romeno “Imaculat”, de Monica Stan e George Chiper-Lillemark, mais tarde vencedor do Prémio De Laurentiis para a melhor longa-metragem de estreia de todo o Festival, este ano João Pedro Rodrigues tem a tarefa de acompanhar os jovens durante dez dias na procura do filme que, dentro da Seleção Oficial das Giornate degli Autori, melhor terá captado o significado do prémio: a coragem de olhar o mundo com novos olhos.
“Estou encantado com a ideia de presidir a um júri de 27 jovens cinéfilos europeus”, declarou o realizador lisboeta: “Como jovem cinéfilo desde os quinze anos, desenvolvi uma relação apaixonada e radical com o cinema. E estou ansioso por descobrir o olhar único de cada um dos elementos do júri”.
“Um ano depois da vitória do português “Lobo e Cão”, de Cláudia Varejão, como melhor Filme”, diz Gaia Furrer, directora artística da secção, “é um prazer imenso continuar o caso de amor com o cinema lusitano, acolhendo um dos maiores realizadores contemporâneos. Escolher João Pedro Rodrigues como Presidente do Júri do 20.º aniversário das Giornate degli Autori significa celebrar um cinema livre, provocador, versátil, capaz de questionar o nosso tempo com audácia e irreverência. Estou certo de que o confronto com um realizador deste calibre será uma experiência eletrizante para os jovens jurados”.