29 Abr 2017 20:00
É, por certo, uma notícia especialmente interessante para os fãs de Wolverine e, em particular, das aventuras em que Hugh Jackman tem assumido a personagem do mutante com três garras retrácteis em cada mão (desde "X-Men", 2000). Assim, o filme de James Mangold, "Logan" (2017), apresentado como o derradeiro capítulo de Jackman neste universo, vai ser exibido a preto e branco.
A notícia envolve uma perversa ironia. De facto, nas últimas décadas, o triunfo comercial dos "blockbusters" é um dos factores que tem favorecido algum menosprezo pela memória clássica do cinema — em particular em relação às imagens a preto e branco, não poucas vezes tratadas como uma "velharia" que só interessa aos críticos (isto sem esquecer o mais objectivo dos dados: uma boa metade da história dos filmes existe a preto e branco).
Em qualquer caso, como é óbvio, não se trata de um fenómeno isolado. Veja-se o curioso exemplo do filme de terror "Os Olhos da Minha Mãe" (2016), de Nicolas Pesce, uma pequeníssima produção independente — neste caso, trata-se mesmo de um assumido regresso às virtudes do preto e branco. Além de que convém não esquecer que uma versão a preto e branco de "Mad Max: Estrada da Fúria" (2015), de George Miller, já foi também apresentada no SpectreFest 2016, em Los Angeles — tinha o subtítulo "Black & Chrome Edition".
Seja como for, pelo menos para já, o lançamento desta versão não envolve o mesmo tipo de estratégia global aplicada com "Logan": como noticia "The Hollywood Reporter", a versão a preto e branco, anunciada para 16 de Maio, surgirá apenas nas salas dos EUA.