17 Jan 2019 0:06
De acordo com a Disney, estamos a atravessar uma época de revivalismo(s). Na prática, os estúdios do Rato Mickey estão a reconverter muitos dos seus clássicos, desde os mais remotos, como “Dumbo”, até ao mais recente “O Rei Leão” (que, de qualquer modo, já está à beira de completar um quarto de século). Até que chegou a vez de “Mary Poppins” — em 2018, Emily Blunt retomou o papel que, em 1964, consagrou Julie Andrews.
Um ano depois de “Mary Poppins”, em 1965, Julie Andrews protagonizou aquele que foi, e continua a ser, um dos maiores sucessos de toda a história de Hollywood — ou seja: “Música no Coração”. E é frequente associar apenas esse filme à consagração de Julie Andrews. Mas não: em toda a sua carreira, ela ganhou um único Oscar… e foi com “Mary Poppins”.
Julie Andrews, no papel da ama com poderes mágicos, tinha como principal companhia Dick van Dyke (que, aliás, reaparece num pequeno papel em “O Regresso de Mary Poppins”). A certa altura, ambos dançavam e cantavam com um coro de simpáticos animais porque, de facto, este é mesmo um daqueles filmes do tempo em que os animais falavam… E com uma proeza técnica na altura francamente invulgar: os humanos eram seres de carne e osso, os animais desenhos animados — sem esquecer que tudo isso acontecia através das canções assinadas pelos irmãos Richard e Robert Sherman.
Para a história, ficou a memória muito especial da canção com o título mais longo e mais difícil de pronunciar: “Supercalifragilisticexpialidoicious” — isto porque, à boa maneira das fábulas tradicionais, “Mary Poppins” é também um conto moral sobre o poder das palavras. Mais do que isso: sobre o encanto e o encantamento das palavras cantadas.