25 Abr 2020 0:25
Com a situação de pandemia, a alteração de datas de estreia de muitos filmes tornou-se um elemento corrente do actual noticiário cinematográfico. De tal modo que os (re)acertos das produções mais fortes podem condicionar o calendário de muitos outros títulos.
Consequência prática: "The Tomorrow War", uma aventura de ficção científica com Chris Pratt, recuou de dezembro desse ano, precisamente para a data deixada livre pelo novo capítulo de "Missão Impossível". Entretanto, "Dungeons & Dragons", nova derivação do videojogo homónimo, já não estreará a 19 de novembro de 2021, tendo sido "empurrada" para 27 de maio de 2022.
No caso de "Missão Impossível", a "franchise" tinha já prevista a produção do nº8 que, nestas circunstâncias, também mudou de data: já não surgirá a 19 de novembro de 2021 (onde agora está o nº7), mas sim a 27 de maio de 2022 (portanto, fazendo concorrência a "Dungeons & Dragons").
O que está em jogo, entenda-se, excede a gestão mais ou menos técnica dos calendários. O peso determinante de produções desta dimensão — incluindo o seu gigantesco marketing — terá efeitos muito concretos, porventura drásticos, na vida comercial dos filmes mais "pequenos", habitualmente secundarizados, ou mesmo esquecidos, no vai-vém das datas. Seja qual for a duração das condicionantes decorrentes do covid-19, nos próximos anos os mercados vão viver muitas atribulações deste teor.