26 Abr 2021 5:31
Steven Soderbergh tinha prometido que os Óscares deste ano decorreriam como se de um filme se tratasse. De facto, a gala arrancou com Regina King a atravessar a Union Station em passo enérgico, de estatueta na mão, acompanhada por um genérico que anunciava o elenco e os realizadores da noite. Mas a ideia não chegou longe. O curtíssimo monólogo inicial depressa deu lugar a um relato de detalhes do início de carreira dos nomeados a melhor argumento original e marcou o princípio da rotina a que, pelos vistos, a academia não consegue fugir. Leitura do rol de finalistas, anúncio do vencedor e discurso, este ano, aparentemente, sem limites de tempo.
E, no entanto, os Óscares tiveram de se moldar aos tempos que correm. As pessoas divididas por mesas, em vez da habitual e enorme plateia no Dolby Theatre, lembraram o visual mais descontraído dos Globos de Ouro e deu um certo intimismo à cerimónia sublinhado pela presença de Questlove como DJ de serviço. Por outro lado, a ausência de muitos nomeados, divididos por várias partes do mundo, devido aos constrangimentos da COVID-19, criou alguma estranheza como no caso do Oscar entregue aos dois argumentistas de "O Pai" estando um em Paris e o outro em Londres.
Melhor filme: Nomadland – Sobreviver na América
Melhor realização: Chloé Zhao (Nomadland – Sobreviver na América)
Melhor ator: Anthony Hopkins (O Pai)
Melhor atriz: Frances McDormand (Nomadland – Sobreviver na América)
Melhor ator secundário: Daniel Kaluuya (Judas and the Black Messiah)
Melhor atriz secundária: Youn Yuh-jung (Minari)
Melhor argumento adaptado: Florian Zeller e Christopher Hampton (O Pai)
Melhor argumento original: Emerald Fennell (Uma Miúda com Potencial)
Melhor direção de fotografia: Erik Messerschmidt (Mank)
Melhor filme internacional: Druk – Mais Uma Rodada (Dinamarca)
Melhor documentário: My Octopus Teacher (Pippa Ehrlich, James Reed e Craig Foster)
Melhor documentário de curta-metragem: Colette (Anthony Giacchino e Alice Doyard)
Melhor curta-metragem: Two Distant Strangers (Travon Free e Martin Desmond Roe)
Melhor curta-metragem de animação: If Anything Happens I Love You (Will McCormack e Michael Govier)
Melhor filme de animação: Soul – Uma aventura com Alma
Melhor montagem: Sound of Metal (Mikkel E. G. Nielsen)
Melhor Cenografia: Mank (Donald Graham Burt, Jan Pascale)
Melhor maquilhagem e cabelo: Ma Rainey: A Mãe do Blues (Sergio Lopez-Rivera, Mia Neal e Jamika Wilson)
Melhor guarda-roupa: Ma Rainey: A Mãe do Blues (Ann Roth)
Melhor banda sonora original: Soul – Uma aventura com Alma (Trent Reznor, Atticus Ross e Jon Batiste)
Melhor canção: Fight For You (H.E.R., Dernst Emile II, Tiara Thomas) – Judas and the Black Messiah
Melhor som: Sound of Metal (Nicolas Becker, Jaime Baksht, Michelle Couttolenc, Carlos Cortés e Phillip Bladh)
Melhores efeitos visuais: Tenet (Andrew Jackson, David Lee, Andrew Lockley e Scott Fisher)