22 Set 2017 20:25
"Dunkirk", de Christopher Nolan, levou-nos a recordar que o filme de guerra — e, em particular, o filme sobre a Segunda Guerra Mundial — é um género que nunca desapareceu da produção internacional. Um dos exemplos mais insólitos tem o título sugestivo de "O Dia Mais Longo" e retrata o desembarque nos Aliados nas praias da Normandia — foi lançado em 1962.
É um filme insólito, sem dúvida, sobretudo porque corresponde a uma ideia de produção, mais do que a um conceito de realização. Basta dizer que o produtor, o lendário Darryl F. Zanuck, empregou nada mais nada menos que quatro realizadores — e até ele próprio dirigiu algumas cenas. O trailer original dizia que se tratava de um dos mais ambiciosos projectos cinematográficos desde "A Oetse Nada de Novo" (1930) e "E Tudo o Vento Levou" (1939).
O elenco era uma colecção invulgar de nomes sonantes, incluindo John Wayne, Robert Ryan, Richard Burton, Sean Connery, Henry Fonda, Rod Steiger, Robert Mitchum, etc., etc. — dir-se-ia que "O dia Mas Longo" inventou o modelo, mais televisivo que cinematográfico, de contar uma história através de episódios mais ou menos autónomos, cada um com a sua vedeta.
Os quatro realizadores de "O Dia Mais Longo" foram Ken Annakin, Andrew Marton, Bernhard Wicki e Gerd Oswald. Na verdade, os seus nomes são secundários nesta odisseia — tratava-se, sobretudo, de celebrar a libertação da Europa pelos Aliados, garantindo a imponência e o espectáculo típicos daquilo que, na época, se chamava uma superprodução.