3 Jan 2016 14:12
A nova versão cinematográfica de "O Principezinho", dirigida por Mark Osborne, faz-nos lembrar que o livro de Antoine de Saint-Exupéry, publicado em 1943, não suscitou muitas adaptações. Uma das que vale a pena recordar tem data de 1974 e assinatura de um veterano do género musical — é ele Stanley Donen.
Stanley Donen, convém lembrar, tem o seu nome associado a alguns dos momentos mais importantes da história do musical, incluindo, claro, esse super-clássico de 1952 que é "Serenata à Chuva". Dito de outro modo: para recriar o universo encantado de Saint-Exupéry, Donen trabalhou, precisamente, a partir de uma estrutura musical assinada por dois mestres — a letra é de Alan Jay Lerner, a música de Frederick Loewe.
A história do aviador que encontra o pequeno príncipe surge, assim, transfigurada num exercício a meio caminho entre os modelos do musical da idade de ouro de Hollywood e as componentes tradicionais da fábula — afinal de contas, Stanley Donen fez um filme inclassificável, alheio às modas do seu tempo, o que talvez ajude a explicar o seu fraco impacto no momento da estreia.
Seja como for, "O Principezinho" resistiu ao tempo, sendo redescoberto por novas gerações de espectadores. Acabou por se inscrever na história de Hollywood como um exemplo nostálgico de um cinema mais ou menos romanesco, porventura romântico, que estava a desaparecer — hoje em dia, "O Principezinho", de Stanley Donen, é um objecto de culto.