Os Oscars e os seus “marginais”
Enquanto se especula sobre os potenciais vencedores dos Oscars referentes à produção de 2017, vale a pena atentar em alguns dos nomes que, ironicamente ou não, parecem estar longe da vitória... E não são figuras banais.
3 Mar 2018 23:21
Steven Spielberg tem a sua mais recente realização, "The Post" (sobre a publicação dos célebres Pentagon Papers pelo jornal "The Washington Post", em 1971), entre os nomeados para o Oscar de melhor filme de 2017; o filme obteve ainda uma outra nomeação, para Meryl Streep, como melhor actriz, ficando o próprio Spielberg de fora. É um dos nomes "marginais" desta cerimónia — vale a pena lembrar alguns deles.
* MARY J. BLIGE — A cantora de "Strength of a Woman" (álbum lançado em 2017) consegue a proeza de chegar a uma nomeação para melhor actriz secundária com a sua composição em "Mudbound – As Lamas do Mississipi", porventura um dos títulos mais esquecidos na discussão em curso sobre os modos de figuração dos afro-americanos. Além do mais, interpreta o tema "Mighty River", da banda sonora do filme, nomeado na categoria de melhor canção [lyric video].
* DANIEL DAY-LEWIS — Será possível convencê-lo a não abandonar a carreira de actor? Nomeado para melhor actor pela sua performance em "Linha Fantasma", de Paul Thomas Anderson, ele simboliza como poucos a persistência de uma verdade humana — do corpo, da voz, do estar em frente a uma câmara de filmar — que mantém uma ligação directa e visceral com o mais nobre classicismo. Se ele ganhasse o Oscar (e seria o quarto), eis o mais belo golpe de… teatro.