6 Abr 2019 0:18
A mais recente proposta com chancela dos estúdios Marvel chama-se “Capitão Marvel” e está longe de ser um acontecimento feliz — personagens definidas de forma grosseira, má direcção de actores, enfim, até os efeitos especiais são, por vezes, toscos e amadores. Seja como for, é um filme protagonizado por uma actriz, Brie Larson. E nessa medida podemos inscrevê-lo na curiosa genealogia dos super-heróis no feminino — ou mais exactamente das super-heroínas.
Nessa genealogia, “Wonder Woman” (2017) ocupa um lugar de destaque na história feminina dos super-heróis: realizado por Patty Jenkins, com Gal Gadot no papel da Mulher-Maravilha, foi um fenómeno de bilheteira e uma afirmação triunfante do feminino no interior das aventuras inter-galácticas. Digamos que depois de “Lara Croft”, com Angelina Jolie, a sua antepassada mais próxima é a personagem da Viúva Negra interpretada por Scarlett Johnasson em vários títulos dos Vingadores.
Por vezes, as coisas correram mesmo mal — no masculino e também no feminino. Um dos exemplos mais terríveis é, sem dúvida, “Cat Woman”, uma produção de 2004, com Halle Berry, que foi um desastre artístico e financeiro. Seja como for, e num tom francamente mais positivo, importa não esquecer uma outra Cat Woman, interpretada em 1992 por Michelle Pfeiffer, no filme “Batman Regressa”, sob a direcção de Tim Burton.
Enfim, vale a pena regressarmos às origens e lembrar que o primeiro filme em língua inglesa a ter como personagem central uma super-heroína tem data de 1984. Chama-se “Supergirl” e surgiu na sequência do sucesso dos filmes de Superman protagonizados por Christopher Reeve. Com Helen Slater no papel de Supergirl, está longe de ser um título importante neste capítulo do cinema-espectáculo, mas é um facto que contribuiu para o avanço dos efeitos especiais que estavam em acelerado desenvolvimento.