SUPERMAN (1978)
Na vaga moderna de super-heróis, o primeiro "Superman" realizado por Richard Donner ocupa um lugar decisivo: consagrando Christopher Reeve no papel central, o filme corresponde também a um salto decisivo nas técnicas de estúdio.
É um facto: para o melhor e para o pior, os super-heróis estão na moda. E com a Primavera chega a temporada, a que ironicamente chamamos temporada de Verão, em que os super-heróis são as vedetas dos circuitos internacionais de Hollywood. Vale a pena, por isso, regressar às origens — que é como quem diz: ao Super-Homem que revelou o actor Christopher Reeve.
Dizia a promoção que o filme celebrava a capacidade de voar. E assim era. Convém lembrar que se estava em 1978 e que os recursos hoje quase banais da imagem digital não eram um instrumento corrente do cinema. Por isso mesmo, ver Superman a voar era qualquer coisa de admirável — Richard Donner, o realizador, dizia mesmo, com orgulho: “Superman voa, e voa maravilhosamente — e isso é algo que ninguém me pode tirar”.
As aventuras de Superman em imagens animadas não eram uma novidade. Afinal de contas, já tinha havido uma série de animação na década de 40 e também um filme, em 1951, com o lendário George Reeves. O certo é que a realização de Richard Donner ficou como um impressionante salto qualitativo e dramático — pela sofisticação técnica e também pela capacidade de recriar, com imaginação e humor, a mitologia do super-homem voador.
Distinguido pela Academia de Hollywood com um Oscar especial para os seus efeitos visuais, "Superman" acabou por ser um momento fulcral da idade moderna dos super-heróis. Aliás, o filme pode ser visto como o derradeiro elemento de um triunvirato que, realmente, revolucionou os conceitos industriais de Hollywood — tudo começou com "Tubarão", de Steven Spielberg, em 1975; depois veio "A Guerra das Estrelas", de George Lucas, em 1977; em 1978, "Superman" confirmou que se estava a encerrar o capítulo fundador de uma nova idade do grande espectáculo.
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