Tilda Swinton e a importância de acreditar em fantasmas
A atriz britânica está em Veneza para promover "The Eternal Daughter", da realizadora Joanna Hogg.
A actriz britânica Tilda Swinton, veio ao Festival de Veneza com um filme semi-autobiográfico sobre uma mulher de luto pela mãe e falou sobre a "importância terapêutica" de acreditar em fantasmas.
Apresentado terça-feira em competição, "The Eternal Daughter", dirigido por Joanna Hogg, baseia-se na experiência pessoal das duas mulheres, que perderam as respetivas mães nos últimos anos.
"Acho que temos de nos projectar no conceito de fantasmas. Há algo de muito importante e terapêutico nessa relação", disse Swinton à AFP. "Um dos principais motores da dor é a sensação de que é preciso desistir de uma relação. E depois apercebemo-nos, se tivermos sorte, que podemos manter essa relação", explicou. "Podem não estar presentes, mas podem continuar o vosso diálogo", acrescenta a actriz, que recebeu o Leão de Ouro honorário no ano passado.
Este encontro cara a cara entre a personagem de Swinton e a mãe tem lugar na estranha atmosfera de um casarão deserto fora do tempo, no campo inglês.
Joanna Hogg, que conquistou a crítica com "The Souvenir" o filme em duas partes inspirado nos seus anos com um namorado toxicodependente, sente que "A Eterna Filha" é um filme ainda mais pessoal. "Todos os meus filmes são pessoais mas sinto-me mais nua neste do que nos outros", disse a realizadora à AFP.
Para Tilda Swinton, que perdeu a mãe em 2012, este filme é "uma espécie de autobiografia a quatro mãos".
"Fomos muito corajosas (…) Nada nos deteve e olhámos para todos os aspectos da relação mãe-filha", disse Joanna Hogg, que afirma acreditar em fantasmas. "Posso acreditar que as pessoas ficam connosco depois de morrerem, alguns estão mais prontos a partir do que outros", disse.
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