10 Fev 2017 21:45
O novo filme de David Mackenzie, "Custe o que Custar" (nomeado para o Oscar de melhor do ano), aposta numa variação que encontramos, ciclicamente, no cinema americano. Ou seja: trata-se de fazer um filme de acção, contemporâneo, mas com os temas, o simbolismo e o ritmo de um clássico western — uma boa referência desse tipo de aposta poderá ser "The Getaway" que, entre nós, se chamou, "Tiro de Escape.
Atenção, convém não confundir. Há um outro filme, com Alec Baldwin e Kim Basinger, também intitulado "The Getaway", que entre nós se chamou apenas "Escape", e foi lançado em 1994. Aquele que aqui evocamos baseia-se no mesmo romance de Jim Thompson, mas é de 1972 e era dominado pelo par Ali MacGraw/Steve McQueen — ela tinha ficado célebre, dois anos antes, com "Love Story"; ele era já um dos nomes mais populares do cinema americano, tendo surgido em filmes como "O Aventureiro de Cincinatti" (1965), "O Grande Mestre do Crime" (1968) e "Bullitt (1968).
"Tiro de Escape" narra a aventura de um ex-prisioneiro e da sua mulher, enredados num golpe que não corre nada bem.
Tem assinatura de um cineasta infelizmente muito esquecido, mas que foi das vozes mais ousadas e inovadoras na produção americana dos anos 60/70: Sam Peckinpah.
Tem assinatura de um cineasta infelizmente muito esquecido, mas que foi das vozes mais ousadas e inovadoras na produção americana dos anos 60/70: Sam Peckinpah.
Através de filmes como "Os Pistoleiros da Noite" (1962), "Major Dundee" (1965) ou "A Quadrilha Selvagem" (1969), Peckinpah foi um dos grandes inovadores do “western” — "Tiro de Escape" é também à sua maneira um “western”, contemporâneo pelos cenários urbanos, mas com uma narrativa fiel à tradição.