Albert Finney interpreta um Hercule Poirot misto de racionalismo e astúcia

1 Dez 2016 23:04

A associação dos comboios a intrigas com componentes mais ou menos policiais não é, obviamente, uma invenção de um filme como "A Rapariga no Comboio". Recorde-se, por exemplo, como Alfred Hitchcock soube explorar o “suspense” dos comboios em títulos como "O Desconhecido do Norte Expresso" (1951) ou "Intriga Internacional" (1959). Mas vale a pena fazermos uma pequena viagem sob o signo de Agatha Christie e recordar "Um Crime no Expresso do Oriente".

São memórias de 1974. O enigma que nasce no interior do Expresso do Oriente, em viagem no ano de 1935, vai ser enfrentado por Hercule Poirot, esse mestre da lógica e das artes de dedução, aqui interpretado pelo magnífico Albert Finney. Como se dizia no trailer da época, o Expresso do Oriente não é um comboio vulgar, mas sim o palco de muitas aventuras e mistérios.




Além de Albert Finney, o filme apresentava um elenco de luxo em que surgiam, entre outros, Lauren Bacall, Sean Connery, Vanessa Redgrave, Jacqueline Bisset, Anthony Perkins e Ingrid Bergman. Foi aqui, precisamente, que Ingrid Bergman ganhou o seu terceiro Oscar, na categoria de melhor actriz secundária — ela fazia parte de um invulgar lote de nomeadas em que estavam também Valentina Cortese, Madeline Khan, Diane Ladd e Talia Shire.

"Um Crime no Expresso do Oriente" foi realizado pelo grande Sidney Lumet, cineasta que, em qualquer caso, associamos mais aos dramas urbanos e, em particular, ao policial — recorde-se que, um ano antes, em 1973, ele tinha dirigido o fabuloso "Serpico", com Al Pacino. Seja como for, este é um filme de exemplar competência, além do mais mostrando como se pode ser fiel ao espírito narrativo e à filosofia existencial da escrita de Agatha Christie.

  • cinemaxeditor
  • 1 Dez 2016 23:04

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