

“O Melhor Emprego do Mundo”: Christian Clavier celebra o gosto por viajar
Em "O Melhor Emprego do Mundo", o ator francês interpreta o carismático diretor do Guia Routard que supervisiona um jovem inspetor inexperiente numa viagem por Marraquexe.
“O Melhor Emprego do Mundo” acompanha as peripécias de um jovem que se torna inspetor do Guia Routard, pensando que assim vai ter férias sem pagar. O destino é Marraquexe.
O ator Christian Clavier assume o papel de diretor-geral do Guia Routard, responsável por acompanhar o desempenho do jovem inspetor de viagens:
A minha personagem é o número dois do Guia Routard. Estou a contratar jovens inspetores para irem verificar se todos os nossos endereços e recomendações do guia estão ou não corretos.
O argumento está muito bem escrito, o que significa que há algumas situações que são muito boas, com reviravoltas e bons diálogos, o que se torna mais fácil depois para interpretar.
É uma personagem que se encontra em situações diferentes, a viajar pelo mundo, e está à distância, em contacto com o jovem inspetor que o contratou. Está sempre a vigiá-lo pelo telefone.
Philippe Gloaguen, fundador do Guia Routard, aparece no filme, faz dele próprio. Christian Clavier contracionou também com funcionários verdadeiros da empresa:
É um guia de viagens que existe mesmo. Nas filmagens, por exemplo, fizemos uma visita guiada com o proprietário e com o pessoal do verdadeiro Routard que também entrou no filme. É um guia muito famoso em França e na Europa. E está muito bem feito.
A história é uma situação muito engraçada, porque estou a contratar alguém que não tem jeito nenhum para ser inspetor.
“O Melhor Emprego do Mundo” é um filme de viagens. Christian Clavier inclui-se numa geração que despertou para o prazer e vontade de viajar, de dar a volta ao mundo para conhecer outras realidades:
Dar a volta ao mundo significa estar aberto ao mundo. São outras culturas, outras pessoas, outros mundos, outras formas de comer e até outras formas de agir. É absolutamente fascinante.
Faço parte da geração do pós-guerra que adorávamos descobrir outros locais. Todos os jovens viajavam muitas vezes em grupo. Viajavam para tentar compreender o mundo.
Hoje em dia, como as pessoas se fecham aos outros, acho que é realmente maravilhoso fazer um filme sobre viajar. E eu gosto muito de viajar.
Marrocos é o cenário do filme e um destino turístico favorito dos franceses, refere Christian Clavier:
Eu acho que muitos franceses vão a Marraquexe. Vão encontrar no filme muitos sítios que já conhecem e que são magníficos de visitar. Há uma ligação muito forte entre o norte de África e a França. Sempre foi muito importante esta ligação.
É importante não só Marraquexe, também Agadir, mesmo o sul de Marrocos. Todo o país é importante. Também filmei o segundo filme do Astérix lá. Passei quatro meses no deserto em Marrocos.
A personagem do diretor do Guia Routard, ao longo do filme, faz uma volta ao mundo. Sucedem-se cenas em diferentes países e locais. Christian Clavier delirou com a passagem por um bar de karaoke em Tóquio. O ator francês não podia deixar passar esta oportunidade de cantar em japonês a canção Les Champs-Élysées de Joe Dassin:
A minha personagem está em todo o mundo, o que me deu muito para fazer.
Antes de mais, gosto de viajar. Depois, a ideia de ir a um bar de karaoke em Tóquio para cantar a canção Les Champs-Élysées em japonês… bem, não podia deixar passar essa oportunidade.
Não aprendi a língua para cantar, mas tive de repetir os sons, reproduzir foneticamente a canção. Foi difícil. Quando estava a cantar, fui ajudado pelos figurantes japoneses que estavam ao meu lado.
Outro momento de diversão para Christian Clavier foi um encontro com hienas num safari, uma cena só possível graças aos efeitos especiais e à inteligência artificial, ferramentas valorizadas pelo ator francês:
Ter estado em todos os locais, bem, foram os efeitos especiais. É isso que é tão extraordinário. Os efeitos especiais e a inteligência artificial ajudaram a fazer as cenas. Claro que há muitos benefícios com o uso destas ferramentas.
Nunca se deve ter medo do progresso técnico. Tem sempre consequências, que às vezes podem ser prejudiciais, mas, no geral, é algo extraordinário.
Foi muito engraçado aquele plano com as hienas, por exemplo. Só uma é que era verdadeira, as outras eram o resultado dos efeitos especiais.
“O Melhor Emprego do Mundo” é realizado por Philippe Mechelen. O ator já tinha trabalhado com o cineasta no filme “Oh lá lá”. Aceitou fazer esta comédia pela riqueza dos diálogos, um critério determinante na escolha dos projetos onde participa:
Já tinha feito com esta equipa a comédia “Oh lá lá”, o meu filme anterior, e funcionou muito bem trabalhar com o Hervé e com o Philippe. Tinha muita confiança na escrita deles.
Por isso, aceitei quando me convidaram para protagonizar este filme. Li o guião, com interesse, e apercebi-me de que têm um talento ótimo para a comédia de situação e para os diálogos. Só aceito um papel que me pareça ser interessante, original e, claro, que me faça rir.
Olho sempre para os guiões do ponto de vista de um espectador. Se tenho a sensação de que me vou divertir nessa qualidade, então posso perceber que o filme vai fazer rir e dá-me confiança para aceitar esse papel.
Christian Clavier é um ator com uma longa e reconhecida carreira. Interpretou a personagem de Astérix nos primeiros filmes em imagem real. Tem o papel principal no filme “Ibiza”. É o pai desesperado em “Que Mal Fiz Eu a Deus” e respetivas sequelas. Acredita que saber fazer rir é um dom que o ator deve colocar ao serviço do público:
É um dom. Não é só uma questão de gostar, ou de fazer um esforço. Se temos este dom, temos de o aproveitar ao máximo. É o que digo aos jovens atores.
Ao ter a sorte de ter esse dom, é preciso partilhá-lo com os outros. O que é extraordinário na comédia é que, geralmente, as personagens dizem e fazem o oposto daquilo que pensam. E isso é muito divertido de representar, mas é também complicado. É preciso jogar com as duas coisas. O que dizemos e o que pensamos. E o público tem de saber exatamente o que pensamos e ouvir o que dizemos. Isso é extraordinário.