15 Nov 2014 18:10
Na oitava edição do LEFFEST, a passagem de "20000 Dias Na Terra", de Iain Forsyth e Jane Pollard, parece confirmar uma "tendência" já sinalizada pela exibição de "Duran Duran Unstaged", com assinatura de David Lynch. Mais do que a vacilação das fronteiras clássicas "documentário/ficção" que o projecto de ambos os filmes desafia, importa reconhecer um dado importante para o mercado. A saber: os produtos cinematográficos (ou mesmo de raiz televisiva) que lidam com a música voltam a estar na ordem do dia.
Apostando em construir o retrato de 24 horas na vida de Nick Cave, o filme de Forsyth/Pollard vem recordar que o mercado cinematográfico tem todo o interesse em diversificar a sua oferta, nomeadamente na área da música (concertos filmados, espectáculos em transmissão directa, etc.), de modo a adequar-se às transformações estruturais do próprio consumo. E há, aqui, um paralelismo que importa referir — afinal, é ou não verdade que as performances ao vivo passaram a ser mais importantes que a tradicional venda de álbuns e CDs?