CINDERELA (1950)

A nova "Cinderela", com Lily James no papel central, reflecte uma clara tendência da mais recente produção com chancela dos estúdios Disney. Trata-se, de facto, de recuperar os grandes clássicos que Walt Disney encenou em desenho animado, agora com actores de carne e osso — por isso mesmo, importa revisitar a primeira versão de "Cinderela", lançada em 1950.

Na trajectória dos estúdios Disney, este é um título que prenuncia uma clara viragem. Dito de outro modo: "Cinderela" inicia uma trilogia de figuras clássicas, apostando na transfiguração cinematográfica de personagens que, como poucas, podem simbolizar o património universal das fábulas — seguiu-se "Alice no País das Maravilhas", em 1951, e "Peter Pan", em 1953.

Em boa verdade, "Cinderela" foi mais do que uma renovação artística. A adaptação do conto de Charles Perraut — entre nós mais conhecido como "A Gata Borralheira" — constituiu um enorme sucesso de bilheteira, compensando o estúdio pelos fracassos de filmes como "Pinóquio" (1940), "Fantasia" (1940) e "Bambi" (1942) que, como bem sabemos, acabariam por se tornar verdadeiros fenómenos de culto.

É bem verdade que, com 26 prémios atribuídos pela Academia de Hollywood, Walt Disney é um dos mais distinguidos na história dos Oscars. O certo é que "Cinderela", apesar de ter tido três nomeações, não ganhou nenhuma estatueta dourada. Em qualquer caso, isso não impediu a imensa popularidade de uma das suas canções, precisamente a que foi nomeada: “Bibbidi – Boobbidi – Boo”.

• cinemaxeditor

• 18 Abr 2015 19:28