Val Kilmer no papel de Jim Morrison — memórias do Sonho Americano

16 Ago 2015 23:58

Depois de "Love & Mercy", sobre Brian Wilson, dos Beach Boys, descobrimos o documentário "Amy", sobre Amy Winehouse. Que é como quem diz: o cinema continua atento à história e às mitologias das grandes figuras do pop rock. Vale a pena, por isso, recordar um dos filmes mais emblemáticos dessa tendência: "The Doors", com assinatura de Oliver Stone.

Para Oliver Stone, os Doors são, naturalmente, os criadores de sons tão emblemáticos quanto inconfundíveis. Mas não num sentido banalmente nostálgico, ainda menos pitoresco. O cineasta vê neles a encarnação paradoxal do Sonho Americano: por um lado, ansiando por um mundo alternativo e, mais do que isso, utópico; por outro lado, vivendo por dentro as atribulações sociais e políticas, colectivas e individuais da década de 60.




Através de uma brilhante composição de Val Kilmer, a figura de Jim Morrison adquire, como seria de esperar, uma importância decisiva em toda a dinâmica do filme. Ele foi, afinal, não apenas o poeta que contribuiu decisivamente para o apelo mítico e místico das canções dos Doors, mas também uma personalidade que transcendeu a sua época, muito para lá de qualquer efeito de moda — tragicamente, morreu em 1971, contava 27 anos.

Datado de 1991, "The Doors" foi o filme que Oliver Stone realizou logo após "Nascido a 4 de Julho". Terá sido uma maneira de refazer a sua própria história pessoal — "Nascido a 4 de Julho", abordando as memórias traumáticas da guerra do Vietname; "The Doors" recuperando a música que, como ele próprio declarou, ouvia durante a sua prestação de serviço no Vietname — é, enfim, um verdadeiro ritual de memória e redenção.

  • cinemaxeditor
  • 16 Ago 2015 23:58

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