No novo filme da Disney os animais falam. Aliás, eles fazem diversas coisas que é habitual vermos nos filmes da Disney. Falam, andam de pé em duas patas, vestem-se, têm emoções…
A diferença substancial em relação aos animais de outros filmes do estúdio é que demonstram sentimentos contraditórios ou dúvidas morais, e resolvem os seus problemas pensando e atuando em conformidade.
Num certo sentido são muito mais parecidos com os humanos do que é habitual e os seus comportamentos levantam uma questão: o que significa ser civilizado, ou seja, humano?
Os animais evoluíram muito em "Zootrópolis", e o seu comportamento permite acentuar preconceitos atuais como racismo e sexismo, valorizando as analogias através de linhas de diálogo que remetem para o debate recorrente sobre os direitos humanos e as atitudes politicamente corretas.
Olhando para as personagens desta fábula vemo-nos ao espelho, e rapidamente percebemos que o civismo não é uma atitude forçosamente… humana.
"Zootrópolis" é o primeiro filme da Disney que assume todas as implicações do antropomorfismo como uma corrente de pensamento. É curioso observar que desde a fusão entre a Disney e a Pixar, algumas das produções da Disney tornaram-se mais interessantes, enquanto que os filmes da Pixar perderam grande parte do fascínio que tinham para o público mais adulto, num certo sentido tornaram-se mais… infantis.
"Zootrópolis" é o resultado mais evidente desta evolução. Há dez anos este filme podia ter sido incluído no catálogo criativo da Pixar…