Sob a direcção de Spielberg — Liam Neeson no papel de Oskar Schindler

26 Mar 2016 18:53

A estreia de "O Filho de Saul", de László Nemes, trouxe-nos as memórias plurais dos filmes que abordaram o sistema de extermínio montado pelos nazis. Não há, evidentemente, um único modelo para abordar os horrores do Holocausto. Entre as muitas referências que poderíamos evocar, vale a pena citar o filme que Steven Spielberg dirigiu em 1993 — "A Lista de Schindler".

"A Lista de Schindler" não parte de uma imagem "global" do Holocausto porque, justamente, não é possível reduzir o extermínio de milhões de judeus a uma abstracção mais ou menos genérica. Nada disso: trata-se, antes do mais, de evocar a história de Oskar Schindler, um industrial alemão, membro do partido nazi, que salvou mais de um milhar de judeus garantindo-lhes trabalho nas suas fábricas.




A lista de Schindler é a lista dos que é possível salvar na vertigem da guerra, evitando que sejam colocados em comboios e enviados para campos de concentração — daí que o trabalho de Spielberg evoque a guerra muito para além das regras clássicas do filme de guerra; trata-se, afinal, de colocar em cena a resistência contra o totalitarismo.

Na trajectória de Spielberg, este foi um momento que ele próprio reconheceu como fundamental, não apenas na sua carreira cinematográfica, mas também no seu desenvolvimento pessoal — foi, aliás, de pois da rodagem de "A Lista de Schindler" que Spielberg criou um arquivo de memórias (visuais e sonoras) dos sobreviventes do Holocausto. Em Hollywood, arrebatou sete Oscars, incluindo o de melhor filme de 1993.

  • cinemaxeditor
  • 26 Mar 2016 18:53

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