11 Mai 2016 0:14
As autoridades francesas não receberam nenhuma ameaça concreta contra o festival mas reforçaram as medidas preventivas. A polícia tem instruções para apertar a vigilância nas ruas através de rusgas aletaórias, a vigilância foi reforçada em redor dos edifícios públicos, como a estação ferroviária e o Palácio dos Festivais, e técnicos em explosivos farão inspeções diárias no Festival de Cannes.
As medidas de segurança implicam ainda a criação de zonas aéreas fechadas, restrições marítimas na zona costeira e reforço de vigilância nas praias.
Dois dias antes do festival começar, o ministro do interior francês,
Bernard Cazeneuve, inspecionou o dispositivo de segurança e indicou que foram
empregados "meios excepcionais" com "várias centenas de policiais
mobilizados".
O ministro do interior quantificou apenas que há 500 operacionais envolvidos na vigilância no Palácio dos Festivais e manteve sigilo sobre os agentes que vigiam outras zonas da cidade. A organização do evento contratou também cerca de 400 agentes de
segurança privados, que irão vigiar os acessos ao edifício e o tapete
vermelho, onde desfilarão os cineastas e as celebridades do mundo inteiro.
A
69º edição do Festival de Cannes acontece seis meses depois de
jihadistas do Estado Islâmico terem realizado ataques coordenados em
Paris, provocando 130 mortos.
Para
preparar as forças de segurança para um atentado terrorista, a cidade de
Cannes realizou no mês de abril a simulação de um ataque: a explosão de
um carro-bomba em frente a uma escola coincidiu com um ataque de quatro
terroristas numa sala de cinema do Palácio dos Festivais onde estavam 180
figurantes.
O exercício ajudou a detectar falhas na coordenação dos agentes, segundo as autoridades. Nas semanas que antecederam o início do festival, quatro especialistas,
incluindo um responsável antiterrorista israelita, realizaram uma
auditoria para analisar as vulnerabilidades da cidade.
O plano anti-terrorismo é continuamente reforçadoA
edição de 2015 aconteceu quatro meses após os atentados contra a sede
da revista Charlie Hebdo, realizados por três
jihadistas que provocaram 17 mortos.
No ano passado, o contexto
impôs "um dispositivo de segurança superior ao do ano anterior", que
incluiu pela primeira vez um centro de comando único para todas as
forças de ordem. Este disposito volta a funcionar durante o 69º Festival de Cannes.
Para as forças de autoridade, as celebrações do festival de Cannes significam onze longos dias vigiando uma multidão potencialmente
perigosa para as personalidades que passam pelo tapete vermelho,
protegidas todos os anos por uma ‘bolha impenetrável’ em volta do
Palácio de Festivais.
A própria organização do festival adopta medidas que permitam aplicar um protocolo de segurança mais rigoroso e por vezes mais demorado. Exemplo disso é o que sucedeu na Quinzena dos Realizadores que reduziu a sua programação de filmes em 17 horas, o que em média significa uma sessão por dia.
No dia anterior ao início do Festival, terça-feira, os jornalistas e profissionais que se encontravam a trabalhar durante a tarde no palácio dos festivais foram confrontados com exercícios de evacuação que permitiram avaliar a resposta dos funcionários e testar o sistema sonoro de comunicação interno que será ativado numa situação de emergência.