29 Ago 2016 1:39
"Alice no País das Maravilhas", o livro de Lewis Carroll, foi publicado em 1865, portanto há 151 anos. O seu impacto no mundo das imagens e sons começou muito cedo, ainda no período mudo — as histórias do cinema registam uma primeira adaptação, em 1903, produzida na Grã-Bretanha e dirigida por Cecil Hepworth e Percy Stow. Já no sonoro, a primeira versão de grande impacto data de 1933, foi realizada por Norman Z. McLeod e tinha Charlotte Henry como protagonista.
São memórias que importa situar para além de uma visão maniqueísta da técnica. De facto, um filme como o de McLeod não era tecnicamente limitado, correspondia até, na sua época, à linha da frente da produção industrial. Seja como for, a versão clássica mais célebre iria surgir em 1951, com chancela de Walt Disney.
A "Alice" dos estúdios Disney corresponde a uma fundamental etapa na evolução gráfica e cromática. Acima de tudo, Disney surgia empenhado em superar as regras tradicionais da aguarela (além do mais, de execução muito mais demorada), criando um mundo visual próximo de uma sensibilidade mais moderna e, por assim dizer, mais pop — isto, claro, sem esquecer a importância da canções e das ambiências musicais.
Se contarmos as adaptações cinematográficas e televisivas de "Alice no País das Maravilhas", encontramos umas boas três dezenas. Seja como for, pode dizer-se que foi Tim Burton que reinventou a obra de Lewis Carrol, com a sua versão de 2010. Com Mia Wasikowska no papel de Alice, era um filme genuinamente poético, devidamente envolvido na música do fiel compositor de Tim Burton, o brilhante Danny Elfman.