Ana Moreira em

5 Nov 2016 1:23

De uma maneira ou de outra, a obra da cineasta portuguesa Teresa Villaverde remete-nos para os espaços e desejos da infância e adolescência. E isto desde as suas primeiras longas-metragens, "A Idade Maior" (1991) e "Três Irmãos" (1994). A retrospectiva que o Lisbon & Estoril Film Festival lhe dedica será, por certo, uma confirmação quase didáctica dessa lógica.

Foi com "Os Mutantes" (1998) que o trabalho de Teresa Villaverde, por assim dizer, ofereceu ao cinema português a presença emblemática de Ana Moreira, actriz de presenças tão enigmáticas quanto intensas. "Transe" (2006) poderá ser visto, justamente, como a confirmação plena da sua aliança artística.

É, curiosamente, um filme que nasce longe do espaço português, narrando a saga de Sónia (Ana Moreira), uma jovem de São Petersburgo que atravessa a Europa e chega a Portugal — aquilo que parecia uma viagem a caminho de uma existência mais estável e harmoniosa, acaba por se transfigurar num pesadelo vivido no submundo da prostituição internacional…
Para além da intensidade da composição de Ana Moreira, este é um filme que afirma uma vertente que, afinal, dez anos depois, está mais actual do que nunca. A saber: a afirmação de um realismo cru e desencantado que, em qualquer caso, não exclui as mais sofisticadas derivações poéticas.


> Nimas, dia 6, 17h15 [Conversa com Teresa Villaverde e Ana Moreira]
  • cinemaxeditor
  • 5 Nov 2016 1:23

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