Entre os quatro nomeados encontram-se "Marvin’s Island", de António Vieira, Filipa Burmester e Pedro Oliveira, produzido na Escola das Artes da Universidade Católica do Porto, "Pronto, Era Assim" de Joana Nogueira e Patrícia Rodrigues, um projeto desenvolvido na Academia RTP, "Post-Mortem", de Belmiro Ribeiro, e "A Instalação do medo", de Ricardo Leite", ambos realizados na ESMAE – Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (actual ESMAD – Escola Superior de Média Arte e Design do Instituto Politécnico do Porto).
"A Instalação do Medo", primeira-obra de Ricardo Leite, foi o filme premiado.
A INSTALAÇÃO DO MEDO, Ricardo Leite | ficção | 15′ | 2016
A mulher esconde o seu filho na casa de banho, quando ouve a baterem à porta. Abre a Porta vê dois homens: "Bom dia, minha senhora, viemos para instalar o medo."
Em "A Instalação do Medo", de Ricardo Leite, uma mulher (Margarida Moreira) recebe a visita de um homem (Nuno Janeiro) e do seu assistente (Cândido Ferreira). Eles batem-lhe à porta e dizem que estão ali para instalar o medo.
Com argumento do próprio realizador que adapotou a obra de Rui Zink, "A Instalação do Medo" reflecte sobre o atual contexto global, dominado pelo receio do controlo e repressão. O filme assume o espírito da obra que Rui Zink escreveu durante o período em que Portugal esteve sob assistência financeira da troika.
POST-MORTEM, Belimiro Ribeiro | ficção | 14′ | 2016
Edgar é um fotógrafo desapaixonado tanto pelo seu ofício como pela sua namorada de longa data, Diana. Uma noite, assiste a um homicídio. O assassino foge. Edgar, em vez de ajudar a vítima, fica fascinado com a sua expressão de puro terror. –
O filme, de Belmiro Ribeiro, é sobre um fotógrafo que presencia um assassinato e se deslumbra com a vítima. Foi finalista dos Prémios Sophia Estudante depois de ter sido consagrado com o prémio de melhor curta-metragem portuguesa na 10ª edição do MoteLX, onde o júri considertou que o filme "se fez valer de um excelente trabalho sonoro e fotográfico, com um eloquente uso do preto e branco, para apresentar uma história de macabra subtileza, interpretada com competência".
PRONTO, ERA ASSIM, Joana Nogueira e Patrícia Rodrigues | doc | 13′ | 2015
Seis idosos partilham as suas histórias de vida: como foi crescer, namorar, casar, trabalhar e até emigrar, num tempo em que a maneira de viver era diferente.
O projeto consiste na realização de um "documentário animado" que aborda uma preocupação social – o valor da terceira idade. O intuito do projeto é alertar para o contributo dos seniores na comunidade, e valorizar o papel dos idosos que contribuem para a memória coletiva, com histórias e sabedorias de outrora.
A curta-metragem parte de uma "recolha de memórias" junto de idosos com diferentes passados, idades e sexos, que compartilharam voluntariamente momentos das suas vidas, sejam eles divertidos, traumáticos e/ou ternos. A narração das histórias é feita pelos seus protagonistas, sendo o áudio, posteriormente editado e utilizado como guia para a execução das sequências animadas. As técnicas de animação utilizadas são o stop motion e a animação 2D (tradicional e digital).
"Pronto, era assim" é um documentário animado realizado no âmbito da Academia RTP 3.0.
MARVIN’S ISLAND, António Vieira, Filipa Burmester e Pedro Oliveira | animação | 9′ | 2016
Numa cidade movimentada, um homem já idoso cruza as ruas insatisfeito com uma vida onde já pouco anseia. Ao passar perto do mar observa uma ilha e decide dirigir-se para a mesma onde, uma vez lá, os seus desejos e ambições são curiosamente saciados.
Um dos quatro nomeados ao Sophia Estudante deste ano, "Marvin’s Island" é uma curta-metragem de animação que imagina uma ilha capaz de libertar a sua personagem principal das amarras de uma sociedade concentrada numa individualidade perturbante.