Depois da realização das longas-metragens "Coisa Ruim" (2006) e "Entre os Dedos" (2008), Tiago Guedes regressou às curtas-metragens filmando "O Coro dos Amantes" (2015), aquele que é o seu mais recente filme.
A curta-metragem adapta uma peça homónima escrita para teatro pelo encenador Tiago Rodrigues e acompanha um casal interpretado por Gonçalo Waddington e Isabel Abreu. Temos dois pontos de vista, um acontecimento extremo vivido a duas vozes.
A curta-metragem, à semelhança da peça, é dividida em três partes (chamadas canções), que correspondem a três fases distintas da relação do casal. A partir desta premissa Tiago Guedes focou-se nos relatos dos acontecimentos, sob o ponto de vista individual dos dois membros do casal, convergindo e divergindo à medida que os seus pensamentos são revelados em simultâneo.
Para conseguir este efeito Tiago Guedes utlizou a técnica do split screen, recorrendo a câmara dupla para transmitir os sentimentos e pensamentos divergentes de cada um dos elementos do casal.
A narrativa dialogada e filmada – os pensamentos das personagens foram gravados em off antes da filmagem e posteriormente enquadrados com as cenas – permite explorar percursos emocionais muito diferentes e divergentes.
O filme é um exercício virtuoso que propõe duas narrativas distintas, visual e auditiva, sem qualquer ‘ruído’ ou sobreposição desajustada.
"Coro dos Amantes" é a sexta curta-metragem de ficção de Tiago Guedes e será projetada com a presença do realizador na sessão.
O filme foi apresentado na competição nacional de curtas-metragens do IndieLisboa em 2014 e no Curtas Vila do Conde. Recebeu o prémio da Imprensa no Festival Caminhos do Cinema Português, que distinguiu também Isabel Abreu como melhor atriz.