9 Fev 2020 12:35
Este ano, na corrida aos prémios da Academia de Hollywood, "Joker" é recordista de nomeações, concorrendo em 11 categorias. É difícil acreditar que o filme possa ganhar 11 Óscares, mas é um facto que há quem tenha conseguido tal performance. Poucas vezes — apenas três títulos detêm esse recorde. O primeiro tem data de 1959 e ficou para a história como um dos símbolos das chamadas “superproduções” dos anos 50/60 — musicalmente, o capítulo de abertura soava assim.
São sons da partitura de Miklós Rosza para o clássico "Ben-Hur", de William Wyler, um épico bíblico com 11 estatuetas douradas. Como se provou, a proeza não seria fácil de repetir. Só voltou a acontecer com um título de 1997, ou seja, 38 anos depois: "Titanic", de James Cameron, foi um fenómeno de popularidade e de prémios. Com um emblema musical chamado “My Heart Will Go On”, na voz de Céline Dion.
Curiosamente, se é verdade que os prémios de interpretação são normalmente encarados como um símbolo especial de excelência artística, não é menos verdade que nenhum destes filmes conseguiu ganhar simultaneamente nas categorias de melhor actor e melhor actriz. Assim voltou a acontecer com "O Regresso do Rei" (2003), capítulo final da trilogia "O Senhor dos Anéis", de Peter Jackson — e com outra canção emblemática: “Into the West”, por Annie Lennox.
São memórias cinéfilas recheadas de memórias musicais… E não houve (não há) mais filmes com 11 Óscares. E mesmo com 10 só há um: tem data de 1961, foi dirigido por Robert Wise e Jerome Robbins e chama-se "West Side Story". É outra referência que se actualiza, uma vez que em Dezembro de 2020 surgirá uma nova versão de "West Side Story", realizada por Steven Spielberg. No original, as maravilhas e contradições da América eram celebradas assim pelas palavras de Stephen Sondheim e a música de Leonard Bernstein.