Óscares

Óscares 2021: como se fosse um filme

Com um novo trio de produtores e muitas medidas de proteção contra a COVID, a academia norte-americana tem a oportunidade de apresentar uma cerimónia diferente e de combater a descida continua na audiência televisiva.

22 Abr 2021 15:58

A cerimónia de entrega dos Óscares no próximo fim de semana terá a aparência de um filme, dará aos vencedores mais tempo para discursos e as máscaras cirúrgicas de proteção contra o coronavírus terão um papel importante, afirmam os produtores do programa.

Um novo trio na produção e a pandemia levaram a grandes mudanças na estrutura tradicional do espectáculo onde as maiores honras do mundo do cinema são entregues a um público composto por mais de quatro mil estrelas, cineastas, técnicos e executivos da indústria.

Grande parte será realizada na Union Station, a estação ferroviária ao estilo Art Deco no centro de Los Angeles, onde um palco está a ser construído e onde os apresentadores farão mais do que abrir um envelope com o nome do vencedor.

"Não vai ser nada como era feito antes", disse o realizador Steven Soderbergh que, este ano, produz o espectáculo pela primeira vez com Stacey Sher e Jesse Collins. Soderbergh, que dirigiu o filme "Contágio" em 2011, diz que a pandemia "abriu uma oportunidade para tentar algo nunca antes tentado". "Queremos que o espectáculo tenha voz", acrescentou.

Soderbergh afirmou que a cerimónia seria rodada como um filme, com apresentadores como Brad Pitt, Harrison Ford e Halle Berry "representando-se a si mesmos, ou a uma versão de si mesmos". Se antes os discursos dos vencedores estavam limitados a cerca de 45 segundos, este ano Soderbergh diz que estão prontos a dar-lhes espaço: "Encorajamo-los a contar uma história e a dizer algo pessoal".

Estritos protocolos estarão em vigor e muitos testes serão efetuados, seguindo padrões desenvolvidos no ano passado para permitir o regresso seguro à produção de filmes e televisão.

Os produtores também consultaram extensivamente os epidemiologistas com quem Soderbergh trabalhou há 10 anos, em "Contágio", e que, de forma sinistra, anunciou os efeitos devastadores de um vírus no mundo.

Questionado sobre o uso de máscaras na cerimónia, Soderbergh deu uma resposta deliberadamente enigmática. "As máscaras vão desempenhar um papel muito importante na história", disse ele. "Esse tópico é muito central em toda a narrativa."

Os nomeados impedidos de viajar até Los Angeles poderão participar via satélite a partir de vários locais em todo o mundo, mas sem ligações por Zoom. A cerimónia será antecedida de um pré-show de 90 minutos que incluirá a apresentação das cinco canções originais nomeadas e que foram gravados com antecedência no telhado do novo Museu da Academia, em Los Angeles, e na Islândia.

A 93.ª cerimónia de entrega dos Óscares terá lugar na madrugada de 25 para 26 de abril, hora portuguesa, e terá transmissão em direto na RTP.