Paul Verhoeven e Isabelle Huppert — rodagem de

2 Jan 2022 22:01

"Instinto Fatal". 1992. Com Sharon Stone e Michael Douglas. Eis um filme de Hollywood que toda a gente conhece. Vale a pena perguntar se toda a gente o conhece como um filme realizado por um holandês… Ou seja, Paul Verhoeven, o cineasta de "Benedetta". É verdade: Verhoeven é uma espécie de nómada do cinema que encontrou em Hollywood uma rampa de lançamento internacional.

O envolvimento de Verhoeven com os estúdios americanos tinha começado cinco anos antes, em 1987, com "Robocop", entre nós lançado com o subtítulo "O Polícia do Futuro". Era uma espécie de paródia cruel sobre os filmes policiais centrados na violência urbana cujo sucesso levou Veroheven a dirigir Sharon Stone pela primeira vez, neste caso ao lado de Arnold Schwarzenegger, numa superprodução intitulada "Total Recall/Desafio Total": uma aventura futurista, em ambiente de delírio surreal, devidamente enquadrada pela música de Jerry Goldsmith.


Estranhamente ou não, a fama de Verhoeven começou muito antes nos circuitos europeus, nas chamadas salas de arte e ensaio, com um filme (ainda) holandês intitulado "Delícias Turcas". Foi em 1973. Verhoeven apanhava o comboio das grandes clivagens morais e das respectivas revoluções sexuais para fazer um filme que era uma espécie de caricatura (talvez voluntária) de "O Último Tango em Paris", lançado um ano antes. O clima musical é, no mínimo, sugestivo — na voz de uma vedeta holandesa desses tempos, Arne Jensen.


Era um romantismo, por assim dizer, que não se tomava a sério. Seria preciso passarem-se mais de 40 anos para Verhoeven fazer o seu melhor filme romântico — aliás, anti-romântico, já que "Elle/Ela" conta a história de uma mulher que se afirma de forma radical, decidindo enfrentar as consequências da violação de que foi vítima. No papel central, estava a genial Isabelle Huppert. E na banda sonora, como uma espécie de pontuação irónica, era fundamental a presença dos Roxy Music.

  • cinemaxeditor
  • 2 Jan 2022 22:01

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