20 Dez 2022 13:46
O realizador Asghar Farhadi apelou terça-feira para a "libertação" da actriz iraniana Taraneh Alidoosti, que foi presa no sábado no Irão por apoiar a onda de protestos contra o regime.
"Estou com Taraneh e apelo à sua libertação, bem como a dos meus outros colegas cineastas Jafar Panahi e Mohammad Rasoulof, e de todos os outros prisioneiros menos conhecidos cujo único crime é terem querido uma vida melhor", disse Farhadi na rede social Instagram.
A Taraneh Alidoosti, 38 anos de idade, uma das principais estrelas do cinema iraniano, foi presa no sábado por comentários escritos nas redes sociais de apoio aos protestos, incluindo a denuncia da execução de manifestantes.
"Se mostrar tal apoio é um crime, então dezenas de milhões de pessoas neste país são criminosas", escreveu o cineasta iraniano duas vezes galardoado com um Óscar, e que teve Alidoosti como protagonista em "O Vendedor" (Óscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira em 2017).
Taraneh Alidoosti é a pessoa mais famosa detida em ligação com o movimento de protesto que tem vindo a abalar o Irão há três meses. Várias personalidades do cinema iraniano também foram assediadas ou detidas pelas autoridades, mesmo antes da actual onda de protestos, tais como os realizadores Mohammad Rasoulof e Jafar Panahi, que ainda se encontram na prisão.
Desde o fim-de-semana, tem havido inúmeros apelos à sua libertação, tanto no Irão como internacionalmente.
"A corajosa actriz iraniana foi detida", destacou a colega actriz Golshifteh Farahani, que iniciou a sua carreira no Irão antes de fugir do país e mudar-se para França.
O grupo pop britânico Pet Shop Boys denunciou o "governo fascista", enquanto o Festival de Cinema de Cannes apelou à "libertação imediata" de Alidoosti.
O protesto no Irão foi desencadeado pela morte, a 16 de Setembro, de Mahsa Amini, uma mulher curda iraniana de 22 anos, que morreu após ter sido presa em Teerão pela polícia de moralidade. Desde então, centenas de pessoas foram mortas, milhares presas e dois homens de 23 anos enforcados.