18 Dez 2023
O cineasta Otar Iosseliani morreu no sábado à noite na Geórgia, aos 89 anos, informou no domingo a sua distribuidora francesa, Les Films du Losange.
Otar Iosseliani nasceu em Tbilisi e formou-se na escola de cinema VGIK, em Moscovo, nos anos 50, onde já se destacava pela fantasia, o inconformismo e a distância divertida que marcaram a sua obra.
Os seus primeiros filmes na Geórgia trouxeram-lhe reconhecimento internacional. “Folhas Caídas” foi apresentado na Semana da Crítica do Festival de Cannes de 1968 e ganhou o prémio FIPRESCI da crítica internacional, que lhe voltararia a ser atribuído em Berlim com “Pastoral”, em 1982.
Desiludido com a falta de liberdade criativa e as constantes barreiras à distribuição da sua obra pelo regime soviético, Iosseliani mudou-se para França no início dos anos 80. Por lá viveu grande parte da sua vida e realizou “Os Favoritos da Lua”, que ganhou um prémio especial do júri no festival de cinema de Veneza, em 1984. Seria a primeira de uma série de distinções no certame italiano com filmes como “E Fez-se Luz” (1988), ou “Bandidos” (1996).
A Berlinale deu-lhe o Urso de Prata para a melhor realização em 2002 por “Segunda de Manhã”.
Em 2014 despediu-se da realização com “Chant d’Hiver”.
O primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Garibashvili, disse sentir uma “grande tristeza” quando soube da notícia da morte do cineasta, acrescentando que “Otar Iosseliani tinha o seu próprio estilo, que só é caraterístico dos grandes realizadores de cinema. Os seus filmes deram ao nosso país o reconhecimento internacional em numerosas ocasiões”.