09 Nov 2023

Primeiro filme do universo da Marvel com um elenco exclusivamente feminino, “As Marvels”, com estreia marcada em Portugal para esta quinta-feira, não só segue as pisadas dos outros 32 filmes da franquia, como também toma de empréstimo o enredo de duas séries televisivas.

Carol Danvers, também conhecida como “Capitã Marvel” (interpretada por Brie Larson), recebe duas parceiras das séries do Disney+ “WandaVision” e “Miss Marvel”: Monica Rambeau, interpretada por Teyonah Parris, e Kamala Khan, interpretada por Iman Vellani.

As três mulheres têm de formar uma equipa para salvar o universo quando, na sequência de uma anomalia, trocam de corpo involuntariamente ao usar os respetivos superpoderes.

É uma reviravolta no enredo que os filmes da Marvel costumam usar, mas que está a alimentar o receio de que possa agravar o cansaço do público com as aventuras de super-heróis.

De acordo com a revista Variety, acompanhar a franquia nos dias que correm é mais um “trabalho de escola” do que um entretenimento.

Para a realizadora Nia DaCosta, o desafio do filme foi alternar entre a exploração dos antecedentes das heroínas e a busca das suas novas e estranhas aventuras no espaço.

“Tentámos honrar as suas narrativas”, explicou, resumindo as suas interrogações. “O que é necessário nesta próxima etapa das personagens e como podemos gerir essas necessidades?”

Desafios

O filme também enfrentou desafios fora das câmaras: para completar a rodagem, foi necessário repetir cenas durante quatro semanas e o lançamento foi adiado várias vezes.

Circularam rumores sobre a possibilidade de o chefe dos estúdios Marvel, Kevin Feige, assumir a realização do filme. Segundo a Variety, DaCosta chegou mesmo a abandonar o projeto durante a pós-produção.

DaCosta negou estas alegações à AFP.

“No centro da história estão três personagens que se encontram e se descobrem pela primeira vez”, disse a produtora Mary Livanos, confiante de que o público será capaz de “seguir e apreciar a história” sem saber nada sobre o universo Marvel.

Outra barreira prende-se com o facto de a greve dos atores de Hollywood, que terminou na quarta-feira à noite, ter impedido o elenco de promover o filme antes da estreia.

Os analistas não esperam um sucesso estrondoso: esperam 60 milhões de dólares de bilheteira nos EUA no fim de semana de estreia, o que seria invulgarmente baixo para um filme da Marvel.

No entanto, Livanos está confiante. Salienta o facto de uma variedade de projetos liderados por mulheres estarem atualmente a ter um bom desempenho nos EUA.

“É muito empolgante e um acaso positivo que o filme seja lançado após este verão incrível com a Barbie e com a Taylor Swift neste outono”, insiste, esperando que o filme possa beneficiar deste impulso.

Para DaCosta, a mais jovem realizadora da Marvel, contratada aos 30 anos com apenas um filme independente aclamado, a solidariedade é um tema recorrente.

O seu primeiro filme, “Little Woods”, conta a história de duas irmãs que lutam para escapar à pobreza, a um passado criminoso e a uma gravidez indesejada, que têm de se unir para se apoiarem mutuamente.

“Foi mais ou menos assim que vi estas três personagens, (…) três irmãs que têm de se encontrar – e uma à outra”, conta. “No universo da Marvel, isso significa tornarem-se numa grande equipa de super-heróis.”

  • CINEMAX - RTP c/ AFP
  • 09 Nov 2023 14:54

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